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2021/02/27

Carta a minha mãe...

Tenho-me perdido pelo Facebook, ultimamente. Parece-me que se consegue, por esta via, interagir muito facilmente com as pessoas, familiares e amigos. Estou a ficar com a sensação de que algumas coisas que lá vou deixando escritas, deveriam ficar aqui registadas. 

Decididamente, vou fazer um rastreio nesse sentido. Hoje publico o seguinte poemacarta que escrevi à minha mãe, numa altura da sua vida, muito debilitada e já com 96 anos...

porque parte, mãe,
arrastada pelo tempo
aquela tua voz estridente
e eufórica
com que nos recebias
da janela lá de casa
no viso?!
e a tua aflição
quando soubeste
daquela notícia
que o teu antónio
iria chumbar o ano escolar
que tanto prometia?!
só porque se esqueceu
de entregar a prova do exame?!
e a reviravolta
sugestionada pelo desconhecido
que te bateu à porta
só para te dizer
que irias ter uma grande alegria?!
e foi a força dessa fé
que conseguiu o impensável
o teu filho iria fazer um novo exame
de iniciativa do director do instituto
e foi uma surpresa geral
foram ultrapassadas todas as normas vigentes
e estávamos sob a disciplina rígida de salazar
e demos graças a Deus
um galo e uns ovos
escrevo-te estas lembranças, mãe,
na esperança vã de que ainda possamos
voltar a falar no assunto
... e já passou tanto tempo, mãe ...
lourais, 18 de fevereiro de 2021 1h50m
(o teu antónio fez há dias 74 anos. não te preocupes, mãe, eu sei que não vais ler esta carta no sítio onde estás...
talvez ta entreguem mais tarde, mãe...)

Carlos Lopes Pires, Rui Pascoal e 5 outras pessoas
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2019/12/20

À minha Mãe, neste Natal de 2019











Minha mãe, Maria da Encarnação d´Almeida, nasceu a 4 de Agosto de 1924, no lugar de Casal, Ribafeita, Viseu.
Os seus filhos, António (1947), Lurdes (1949), Sildina (1951), Vitor (1953), Isabel (1958).
Vivemos no Porto até 1954; em Lamego (1954/5); em Viseu (desde 1955 até cada um dos irmãos ir para seu lado, Leiria, Covilhã, Viseu, Porto, Coimbra; alguns (eu em Moçambique) e o Vitor (Angola e México) chegámos a andar por fora.
Tantos anos já passaram...
-
Mãe
Vale-nos, a nós, filhos, a nobre e sempre exemplar missão do nosso pai Daniel (também de 1924), que se mantém firme e generoso, à tua beira, a ajudar-te a suportar o calvário dos teus últimos anos de vida.
Esta época de Natal é sempre motivo de reflexão e traz-nos à memória tantos e tantos momentos de amor e emoção passados em família.
-
Minha mãe
Não sei que mais dizer a não ser que penso muito em ti...
Em tua honra passei a usar o meu nome assim: António d´Almeida Nunes.
Mãe, jamais te poderei esquecer...
Leiria, 16 de Dezembro de 2019


(utilizei esta montagem na minha capa de FaceBook)

2019/05/03

tempo das mães e dos irmãos




      à minha mãe velhinha
      Maria da Encarnação d´Almeida




tempo de rosas
em dias de primavera
e de exaltação
das mães

é também tempo
de estar no Carvalhal
com os meus irmãos

que a luz não se perca
e nos alumie sempre

enquanto estamos
e somos 
almeida e nunes

maio2019, Viseu
a d´almeida nunes

*) Carvalhal/Castro d´Aire/Viseu

2018/06/23

Mãe, onde estás?



Os dias estão sombrios
A névoa da chuva miúda
Tapa-nos a visão 
A mais longínqua

O pensamento num torpor
Indagando ansioso
Da finitude das coisas

Que força incomensurável
Faz mover a vida?!

Mãe, onde estás?


a dalmeida 7jun18
(às duas mulheres, muito idosas e em fase crítica de saúde,
às quais chamo ´mãe`)

2018/05/06

Minha mãe maio 2018





MÃE
-
Um sorriso antigo
A seu lado uma rosa
Olhar que assome
Sobre o muro da casa
Remoçada mas velha
Que também ela
apresenta outras memórias
De há muitos anos
Na rua daquele ´Casal`
Essas memórias passam difusas
Vozes que soam a festa
A alecrim mimosas e arraial
E há uma que sobressai
A minha Mãe a cantar
“Aleluia santº salvador”
Ele do alto do seu andor
Ela a rezar com fervor
E continua…
Aaleluuia, aleeeluuia…
E relembro o dia
Daquele meu exame
E daquele peregrino
Que te prometeu
Um milagre
E esse milagre aconteceu
Esse teu olhar embevecido
Com que me tens olhado
Sempre que nos encontramos
Jamais o poderei esquecer
“És tal e qual o teu avô”
Avô de que eu não tenho
Uma fotografia sequer
Só me ficou a imagem
Daquele dia soturno e nevoento
Do dia em que morreu
No Seixo no Porto cinzento
Mãe
Estás no fim do teu caminho
Talvez até já tu o estejas a pressentir
Mas também quer(emos) que sintas
Que não estás só…
Talvez por isso mesmo
Passo a assinar
António d´Almeida Nunes

6mai18

2017/08/07

A minha mãe aos 93 anos. Recordou-nos uma das suas canções preferidas: "Carmencita" que, nos anos 50 era uma das bandeiras de Amália Rodrigues

 A minha mãe fez 93 anos. Presenteou-nos com uns momentos a recordar os seus velhos tempos de juventude. Lembro-me tão bem de a ouvir a cantar as canções e fados da Amália Rodrigues. Como se pode apreciar no vídeo abaixo continua com uma voz invejável ! Obrigado Mãe!

Quando Regressámos, eu e a Zaida, a Leiria, encontrámos a Lua, assim, cheia, a sorrir-nos!




...

2016/08/17

Minha mãe, minha mãe...




mãe
agora que estou
a caminhar para velho
tem-me dado para poetar
dizer das minhas emoções
moldadas aos anos
que dobam o tempo
como a minha avó dobava o linho
há um dia no calendário
em que nele está marcado
o teu nome santo Encarnação
a marca é do teu aniversário
e é feita com o coração
rogo-te, mãe
que tenhas gosto em viver
os anos que te apetecer
nós cá estamos para te ver
não cuides que te vamos esquecer
Porque assim mesmo agora te vi
do mesmo modo
agora mesmo estas linhas te escrevi
Parabéns mãe
4 de agosto de 2016 (n: 1924)

2014/08/05

À minha mãe Encarnação no dia do seu 90º aniversário


((Em 1971/2 (na quinta da Fernandinha (Bº Abílio Jerónimo - Viseu) com a Inês, ao colo, e a Isabelita (Hoje Prof. Dra. da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra))

A ti,  minha mãe
(no dia dos teus 90 anos)

No dia 4 de Agosto de 1924
No Casal pela primeira vez
Tu, minha mãe, viste  a luz
Tempos de extrema escassez 

A minha avó Queiriga (Caria)
Esperou até eu regressar
Da guerra de Moçambique 
A Zaida, a Inês,  comigo a voltar

O meu avô, teu pai
Não o cheguei a conhecer
Só me lembro 
De no Porto falecer

Dizes que sou parecido com ele
Dizem que sou parecido contigo
Olho-me na fotografia
A ver se o avô ver consigo 

Só vejo que cada dia que passa
Contigo me sinto mais parecido

Salve, Mãe
antónio

2014/05/03

Mãe ...

      Eu, em 2010 .....................................................         Minha Mãe, em 1945 ?


Mãe

67 anos são passados
o poema da nossa vida
ainda está a ser escrito
e assim continuará

São muitos anos, mãe
Hoje lembrei-me de te escrever
A distância não me deixa
Dar-te um beijo

Mesmo assim sinto
Que estás presente

Só porque me lembro de ti, mãe…

Tónio

2012/08/04

Olá Mãe!...

Hoje, que fazes 88 anos, saúdo-te, Mãe, com todo o meu sentimento e amor que um filho pode ter pela sua mãe.
Sei que não andas tão bem de saúde como seria de desejar. 
Sei que estás a ficar de idade já avançada e que os anos não perdoam. 
Mas lembro-me bem de ti, Mãe, de tudo o que fizeste por mim, nem vale a pena estar a enumerar.

Uma imagem, que já se vem repetindo há muitos anos: de repente pões-te a olhar para mim e lembras-te do teu pai. E abraças-te a mim e dizes que me pareço muito com ele. E sorris...
Eu percebo o que sentes, só me lembro do dia em que o meu avô morreu, tu quase que nem acreditas, que eu era um miúdo que mal tinha deixado as fraldas. Mas lembro-me, Mãe! Não me lembro das feições dele. Nunca vi uma fotografia dele, sequer. E lembro-me dos óculos do meu avô. Lembro-me de os ver lá por casa, ainda no Porto, talvez naquela casa da rua do seixo, os montes caulinos no horizonte, anos 50 do século passado.
Como tu devias ter gostado do teu pai! Como o teu pai te ajudou a viver, nos teus anos de menina!...

E eu, menino, a ir com a D. Brígida à Igreja, na catequese e a todas as novenas, que tu estavas convencida que os ensinamentos da santa madre igreja eram imprescindíveis para a minha educação.
E lembro-me da tua preocupação em reveres comigo, antes de sair para a Escola,  a leitura, a escrita e as contas para que eu fosse o bom aluno que fui, sempre na linha da frente. E tu toda babada...

E lembro-me bem do desgosto que tiveste quando à última hora, eu decidi que afinal não ia para o seminário. Já tinha o fato e mais umas coisas preparadas. Acabava a 4ª classe e ia para o seminário.

Como tu deves ter sonhado com o dia em que me visses a dizer a primeira missa, talvez na Igreja de N. Sra. das Neves, em Ribafeita!

Sei que, entretanto, te conformaste com a minha decisão. Que, por uma questão de princípio, nem sequer me pressionaste para eu não desistir de ir para o seminário! Acho que fizeste o que julgaste melhor para mim, Mãe!
Talvez tenha sido melhor. Talvez que eu não tivesse chegado a ordenar-me padre. Talvez que se eu o tivesse feito, teria sido um infeliz ou já tivesse pedido escusa ao Papa.
Mas os princípios por que acabei por nortear a minha vida foram balizados pela tua orientação enquanto menino e moço.


E aquela cena incrível naquele exame que fiz em segunda época, no Instituto? Aquelas peripécias todas, que não vale a pena escrever aqui e agora? Como foi decisiva a tua determinação e Fé!...

Só espero que nunca te tenha dado mais nenhum grande desgosto, Mãe!
Desculpa se hoje me deu para escrever deste modo. Foi assim que saiu este meu escrito, a pensar em ti, Mãe!

Recebe muitos beijinhos do teu filho António, que acabou por nascer com os olhos azuis, tal como o teu pai!...

2012/08/02

Viseu, aí vou eu!...


 para ouvir tocado com Flauta.


Indo eu, indo eu, 
A 
A caminho de Viseu, {Bis} 
E7 
Encontrei o meu amor, 
A 
Ai Jesus, que lá vou eu! {Bis} 
tabrefrão
Ora zus, truz, truz, Ora zás, trás, trás, Ora chega, chega, chega, Ora arreda lá pr'a trás!
refrão
Indo eu, indo eu, A caminho de Viseu, Escorreguei, torci um pé, Ai que tanto me doeu! {Refrão} Vindo eu, vindo eu, Da cidade de Viseu, Deixei lá o meu amor, O que bem me aborreceu! {Refrão}
link
-
Bem, a verdade é que a minha mãezita faz anos, no próximo sábado - 88 ou 89 até me esqueci de lhe perguntar, quando lhe telefonei hoje - e, por acaso encontrei esta foto (montagem?!) no Facebook do António Macedo (ouçam-no de manhã, quando vão para o emprego, na «Antena Um», um camaradão, sempre bem disposto e pronto p´rás curvas). Mas, às páginas tantas, vou-me reservar para o outro fim de semana, que é o dia da festa da aldeia, o dia de S. Salvador, no Casal de Ribafeita, ali a caminho de S. Pedro do Sul, quem vem de Viseu.
@as-nunes

2009/09/24

Maria da Encarnação de Almeida


José Régio
Quando eu nasci

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
...

-

À minha Mãe!... que não anda bem de saúde... que há 84 anos, por sua vez, nasceu no Casal - Ribafeita, em Viseu. Que espero que recupere depressa o seu ar suave e sempre disponível para os filhos, os netos, os bisnetos, restante família e toda a gente a quem ela sempre se tem prestado a ajudar nas mais diversas circunstâncias.