2016/10/29

Dentro de ti, ó Leiria ou Balada do Encantamento


Este vídeo foi inspirado e complementa a minha crónica que irá ser publicada no Diário de Leiria, na próxima segunda feira, dia 31 de Outubro de 2016.

Fica aqui, desde já, o espaço para a sua reprodução... 
Ei-la:

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Em modo DISPERSO… (XXIII)

Dentro de ti, ó Leiria.
Balada do Encantamento
Letra e música de D. José Paes de Almeida e Silva

Falemos, agora, de duas das canções/baladas que mais simbolizam a cidade de Leiria, a sua mística histórica, poética e artística em geral, e as suas gentes. Na minha opinião, claro está, aquelas que mais contribuem para o badalar de Leiria pela via da música, entretanto já muito divulgadas através de vídeos, serenatas de estudantes e pelo Orfeão de Leiria, são:
A “Canção do Porvir” e “Dentro de ti, ó Leiria”.
Vou deixar para uma nova crónica, a história de “A Canção do Porvir”. Não é porque para com ela tenha menos deferência, muito pelo contrário, mas porque hoje me apetece ´ouvir` a “Balada do Encantamento”.  Com certeza  que me acompanharão neste gosto.
Quem não conhece a sua letra? Pelo sim pelo não aqui fica:

Dentro de ti, ó Leiria
Vive uma moira encantada,
Não sabes, é minha amada
E tem por nome Maria.

Leiria foste um ladrão
Leiria do rio Lis.
Roubaste-me o coração
E, vê lá tu, sou feliz.

É sempre com incontida emoção que ouço esta belíssima canção, que me habituei a saborear, encantado, desde que cheguei a Leiria em 1966. Esta balada cantada ao modo do fado de Coimbra acabou por se transformar num meio de consagração da histórica - sempre bela e romântica - cidade de Leiria, que aprendi a amar como se a minha terra natal fosse.
Conheço duas interpretações vocais desta balada, as duas excelentes: Uma, de Janita Salomé e outra  do mesmo nível, de Manuel Branquinho, esta gravada há 41 anos. Uma e outra versão podem ser ouvidas com facilidade por consulta direta na internet através do motor de busca da Google.

“Dentro de ti, ó Leiria” é uma das canções/baladas mais belas, significativas e simbolicamente ligadas a Leiria. A sua letra e música enraizaram-se rapidamente nas emoções de ser Leiriense e, mais tarde, adotada como balada indicativo das serenatas da Sé de Leiria vividas pelos estudantes Universitários da cidade do Lis… e do seu Castelo… e de Rodrigues Lobo… e do Eça, que por aí anda no Largo da Sé… e pelo lídimo poeta Leiriense Acácio de Paiva, que nasceu na casa de azulejos azuis “viúva lamego” em 1863… e onde se iniciou a família dos Teles e Paiva, … etc. Foram muitas estas serenatas, no mês de Maio de cada ano, que eu ouvi enquanto trabalhava no meu escritório no primeiro andar da casa de família, a “Pharmácia Paiva”, naquele Largo. Foram muitos anos. Até que, por volta do ano 2008, nos mudámos para a Barreira. Aquela balada, porém, ficou-me nos ouvidos. Talvez para sempre…

O seu autor, 1899-1968, D. José Paes de Almeida e Silva, nasceu em Vagos, mas a sua ligação a Leiria ficou indelevelmente gravada no som da letra e da música desta extraordinária balada/fado.  Foi eleito pela Academia de Coimbra como o seu filho dileto na música através de Baladas, Canções, Operetas, Música Coral, Música Instrumental, que acabou por ser tocada na sua Tuna, da qual chegou a ser Regente entre 1929 e 1931.  Em simultâneo, sempre que necessário, foi o Maestro do Orfeão Académico de Coimbra, o que lhe proporcionou excelentes relações de amizade com os nomes mais sonantes do fado e da guitarra Coimbrã. O período de 1920-1930 passou para a história como a “Década de oiro da academia de Coimbra” (Dr. Afonso de Sousa, que chegou a tocar a música de D. José à guitarra com Artur Paredes, enquanto estudante nesta cidade).
Em 1929 a Tuna Académica de Coimbra deslocou-se a Leiria onde foi acolhida em apoteose. Nesta altura, D. José Paes de Almeida e Silva, com a ajuda preciosa do Dr. Américo Cortez Pinto (outro vulto Leiriense a não deixar que se perca nas brumas da memória) conheceu D. Maria Isabel Sousa Charters de Azevedo, daqui natural, e com ela acabou por casar.
Foi esta ligação sentimental que o inspirou a escrever e musicar “Dentro de ti, ó Leiria”, que ficaria celebrizada para todo o sempre como a “Balada do Encantamento” de Leiria.
Esta balada foi tornada pública no dia seguinte ao da sua chegada a Leiria pela voz de encantar do célebre Edmundo Bettencourt, um dos seus amigos de boémia e tertúlia Coimbrã. Logo a seguir voltou a ser cantada nos Paços do Concelho de Leiria por um cantor conhecido de nome  Vicente. E assim Leiria do rio Lis se rendeu aos encantos da moura encantada que dentro dela vivia... e continuará a viver. Ad eternun
D. José acabou, mais tarde, por alturas de 1943, por se mudar para Leiria, onde a família Charters de Azevedo tinha casa e propriedades nas Cortes.
A sua paixão pela Música manteve-se inalterada e chegou a ser Maestro do Orfeão de Leiria, que regeu, pela primeira vez em 7 de dezembro de 1948, no Teatro da cidade, o magnífico e infamemente já demolido, Teatro D. Maria Pia.
Ler mais no livro “D. José Paes de Almeida e Silva – Vida e Obra Musical” de Adélio Amaro, ed. Folheto, 2015, com o apoio de Teatro Nacional de São Carlos e Fundação Caixa Agrícola de Leiria.

Até à próxima.

2016/10/27

Pintura de Sílvia Patrício no Banco de Portugal - Leiria






Uma pequena reportagem da minha visita à exposição de Sílvia Patrícia, no Banco de Portugal, em Leiria.
Decorre de 22 de Outubro a 13 de Novembro de 2016.

2016/10/23

4º Encontro de Bloggers em S. Pedro de Moel


Na minha conta de "Facebook" usei, durante o dia de hoje, 23 de outubro de 2016, esta capa.
A verdade é que fui mesmo. Aliás, fui eu e a Zaida, também ´blogger`, ainda que de "licença ilimitada", dos blogues Avó Zaida e Gatimanhos.

Uma ideia das amigas Clara do blogue Afrodite e Maria Araújo do blogue Cantinho de Casa, que ofereceram um marcador como o representado nesta imagem digitalizada.
A organizadora-mor deste evento foi a Graça Sampaio, minha vizinha e querida amiga cá de Leiria.
Que dizer deste encontro? Que foi uma maravilhosa oportunidade de pessoas que se entrelaçam via éter através dos blogues, acabando por criar empatias através da troca de mensagens em texto e em imagem e também dos comentários que se vão fazendo, ´post`após ´post` e de que têm resultado vários convívios, ao longo dos anos, olhos nos olhos, pessoalmente. Como foi o caso presente. 
De facto é como a Clara e a Maria Araújo escrevem no separador acima:
"A melhor rede social ainda é uma mesa rodeada de amigos".
E assim se confirmou hoje.
Tirámos algumas fotografias, uns mais fotógrafos que outros, claro. Eu não podia fugir à minha regra quase sacramental, que é levar uma ou mais máquinas fotográficas para onde quer que vá. Já são muitos anos a fotografar, mais precisamente, 50 anos. Mas continuo amador e sem o devido empenho em aprender novas técnicas fotográficas, antes dando primazia à minha intuição e gosto pelo registo do "momento".
Para recordar este momento eis uma montagem feita no programa "Picasa" (colagem). Para já. De qualquer modo, se algum dos presentes, tiver interesse nisso, poderei enviar por link ou ´WeTransfer`, as fotos que ficaram registadas na minha "Nikon".

Parece que esta colagem ficou incompleta. Vou confirmar e já aqui venho fazer a atualização que for devida.
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A lista das presenças: (copiada diretamente do blogue da Gábi)


 1 -  Afrodite  (Braga) - http://jardinsdeafrodite.blogspot.pt/
 2 -  Maria Araújo (Braga) - http://cantinhodacasa.blogs.sapo.pt/
 4 -  Rui E.S.+ Mª Helena  (Ermesinde) - http://coisas-da-fonte.blogspot.pt/
 6 -  Maria Júlia Abreu + Domingos  (Porto) - https://cantinhodajuleca.blogspot.pt/
 8 -  Gabriela + N  (Porto) - http://dona-redonda.blogspot.pt/
 9 -  Kok (Oeiras) - http://koktell.blogs.sapo.pt/
11 - Teté  + marido (Lisboa) - http://pequenoquiproquo.blogspot.pt/
12 - Ricardo Santos  (Lisboa) - http://opactoportugues.blogspot.pt/
13 -  Isabel Pires (Entroncamento ) - http://nascernapraia.blogspot.pt/
14 - Manuela  (Caldas da Rainha) - http://existeumolhar.blogs.sapo.pt/
16 - Graça Sampaio + Sidónio  (Leiria) - http://picosderoseirabrava.blogspot.pt/
 18 - Luis Rodr. Coelho + Esposa (Leiria) - http://luisrcoelhohotmailcom.blogspot.pt/
 20 - António Nunes + Esposa (Leiria) - http://dispersamente.blogspot.pt/
 21 - Adélia Sousa (Marinha Grande) - http://adeliaasousa.blogspot.pt/
 22 - Rodrigo Henriques (Marinha Grande) - http://rmanuelh.blogspot.pt/

2016/10/17

Tempo de recordar Soares Duarte (1933 - 2013)

Em jeito de mais que justa homenagem à memória de Joaquim Soares Duarte.
Um amigo para sempre.






Com saudade...



Em 2006 dizia eu aos meus amigos/leitores da blogosfera...


Eu não sou sempre como me estão a ver ou a julgar que me veem...
De qualquer modo, foi assim que a câmara fotográfica me apanhou hoje, dia 24 de Dezembro de 2006.
Por baixo desta boina há muito pouco cabelo. E os globos de iluminação do jardim não sei se me iluminam o suficiente...

Sou o autor deste blogue, que eu próprio acho que não é grande coisa, tem muitas insuficiências, dispersa-se em demasia, contradiz-se com frequência, enfim, é um trabalho orientado por um homem...simples/humanista a toda a prova e muito interessado em observar e analisar o que o rodeia.
Não pretendo ser professor de nada nem de ninguém, não tenho pretensões em ensinar o que quer que seja, mas se puder ser útil nalguma circunstância estou sempre disponível. Assim os meus préstimos possam ter alguma utilidade.

Estou na blogosfera como Sou, tal qual.

DESEJO as melhores venturas a TODOS os MEUS AMIGOS que me têm acompanhado nesta jornada de aventura pelo mundo dos blogues, quantas vezes, duma forma intimista, também algo/muito DISPERSA, como já devem ter confirmado.
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Publicado originalmente num outro blogue do rol de blogues que abri ao longo destes anos todos.
Ainda está no ar...éter...
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Vou comemorar 10 anos do meu blogue-guia "DISPERSAMENTE..." em 16 novembro 2016.

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2016/10/14

Faço 10 anos de vida com o "DISPERSAMENTE..." em 16 de novembro de 2016


O meu blogue "DISPERSAMENTE...", aquele a que mais me tenho dedicado ao longo dos meus últimos anos, está a comemorar 10 anos de existência.
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Entretanto, a minha neta Mafalda dez o Design do Diploma que gostava de outorgar aos meus amigos:


Mas...
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(Em 1998, aqui: http://utilizadores.leirianet.pt/~anunes - Todo o design, tabelas, páginas html, upload direto por ftp, como um profissional (:), tudo feito "à unha"por mim; hoje, passados estes anos todos, até me perece impossível! )  )
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Em 2001 andava eu com a "maluqueira" do radioamadorismo e, ao mesmo tempo,  na WEB.
Cópia duma página no endereço: http://www.qsl.net/ct1cir/ham.html

Sou Radioamador desde 15 de Junho de 1982.sempre com o mesmo indicativo de chamada. Actualmente sou operador da Classe A ainda que sem conseguir transmitir Morse a não ser por computador.Este hobby foi-me incutido desde muito novo através de mensagens que me foram ficando através de filmes e de reportagens em livros, jornais e revistas. Sonhei desde esses tempos, em um dia vir a ser radioamador. Pensava eu, nessa altura, ser um objectivo quase impossível de realizar, não só pelo grande investimento que eu imaginava ter que se fazer mas também e, muito principalmente, porque a realização desse desejo requeriria muitos conhecimentos técnicos que eu não possuía nem tinha ninguém das minhas relações que me pudesse elucidar a esse respeito. O momento que terá determinado a minha vontade de me fazer radioamador foi uma visita que em 1968 fiz à residência do Dr. Mário Cupido, meu colega de profissão, na altura (professor do Ensino Secundário) na então Escola Industrial e Comercial de Leiria. 
O Dr Cupido já era Radioamador, tinha e ainda tem, o indicativo de CT1RO. Fiquei entusiasmadíssimo com as demonstrações que ele então fez de contactos através dum emissor a válvulas (que era o mais avançado à época) e com a ajuda dum simples dipolo que atravessava a rua de sua casa a uma Escola Primária que havia do outro lado dessa mesma rua. Um espectáculo inolvidável foi o ter a oportunidade de assistir a um QSO com um radioamador da Rússia de então.
Anos mais tarde foi o CT1AVJ, o meu amigo Adelino Clemente, que deu o empurrão final. E lá fui eu fazer exame. O primeiro rádio que usei foi um Yaesu TF101 a válvulas. Quantos DX não fiz com aquele rádiio! ...  Só 2 anos mais tarde o Clemente me convenceu a vir para o VHF. E foi ele mesmo que me vendeu o meu primeiro rádio de VHF: O ICOM 280E, que ainda hoje possuo. Só nessa altura é que comecei a relacionar-me mais com os radioamadores de Leiria. É que o DX foi a minha perdição durante muitos e longos anos. Fiz imensos concursos, diplomas, entrei em pile.up´s, fiz trinta por uma linha. Tenho o meu shaque cheio de Diplomas.: O WAC ( fatalmente tinha que ser o primeiro a ser pedido), o DXCC, o WPX SSB,  depois uma interminável lista de outros Diplomas, dentre os quais terei que destacar os relativos aos concursos da revista CQ: World-Wide DX Contest 1987 - lº lugar - 15 metros SSB - Portugal; WW WPX Contest 1988 - lº lugar - 20 metros SSB - Portugal, International Contest Award, ARRL 1988 - lº lugar - 20 metros - SSB - Portugal, várias placas das minhas classificações nas célebres Taças e Campeonatos em SSB HF organizadas pela REP de então, etc etc.
Nos princípios dos anos 90 comecei a dedicar-me com mais assiduidade a uma outra faceta do radioamadorismo que eu considero muito importante e que tem sido catapultadora de muitas e interessantes iniciativas em prol do radioamadorismo: montagem de repetidores, organização de feiras e exposições, convívios, troca de experiências, etc. E foi assim que me liguei e de que maneira à ARAL - Associação de radioamadores de Leiria. Passei a entusiasmar-me com os assuntos associativos de tal maneira que tenho sido de há 15 anos a esta parte, ininterruptamente, membro dos Corpos sociais desta associação.
Não dou por mal empregue o tempo, dinheiro e dedicação com que me tenho dedicado à causa do associativismo radioamadorista. Só espero é que o meu anseio de ser interveniente no sentido de poder dar o meu melhor contributo ao radioamadorismo não tenha sido, nalgumas ocasiões, mal interpretado.
Nada mais que o espírito de bem servir a comunidade me tem motivado..
Leiria, 12 de Fevereiro de 2001
Antómio Nunes  - CT1CIR    
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Ainda cá ando... 24 de Agosto de 2005
e-mail: asnunes@sapo.pt
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NB.: o meu endereço de uso mais certeiro é: nunes.geral@gmail.com