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2012/05/16

Acácio de Paiva e a sua veia de contador de fábulas e historietas, sempre em verso


 Acácio de Paiva, insigne poeta Leiriense, o maior humorista dos poetas da época, nasceu no Largo da Sé, em Leiria, na casa de frontaria de ajulejos «viúva lamego» (dados a revelar confirmam esta tese), bem visível, talvez dos edifícios típicos da cidade de Leiria mais fotografados pelos visitantes da cidade.


Nesta casa nasceram os Paivas que deram grande projeção à cidade de Leiria, Acácio de Paiva, Adolfo de Paiva, José Teles de Almeida Paiva e os seus filhos José e Zaida Manuela Teles e Paiva.

Insisto nestas notas sobre Acácio de Paiva porque me tenho dedicado a esta missão de não o deixar esquecer, com todo o meu empenho, de há muitos anos a esta parte, por motivos de relacionamento familiar é certo, mas também pela admiração pelo seu labor, que se tem vindo a incrementar à medida que mais e melhor o vou conhecendo .
A foto ao lado é uma reprodução de um trabalho monográfico e de levantamento da árvora genealógica de os Paivas e os Teles, superiormente elaborado pelo seu bisneto, Luis Maria de Sampaio e Paiva Camilo Alves (espero não estar a cometer nenhuma inconfidência grosseira), a quem agradeço toda a sua simpatia, amizade e colaboração.


Os «LUSÍADAS»

………..O professor Barradas
Percorreu com os olhos pequeninos
………..As diversas bancadas
Onde estavam sentados os meninos
E ao  número quarenta (que teria
………..Treze anos, talvez,
………..E era quem mais sabia)
Preguntou, animando-se: - “Quem fêz
«Os Lusíadas»? Diga-me de-pressa!”
Levantou-se o pequeno, atrapalhado,
Pôs-se a coçar na frente da cabeça,
………..A fitar o sobrado
………..E, por fim, respondeu,
Tremendo como ao vento a folha e o vime
Ou como se o culpassem de algum crime:
………..- «Não fui eu! Não fui eu!»
Ficou mestre Barradas furioso!
Saíu da aula, quando deu a hora,
…………E, encontrando o Pedroso
Que era pessoa muito sabedora,
Contou-lhe aquele caso miserando:
………- «Desgraçado país!
«Ora imagina tu que , preguntando,
…………«Há pouco a um petiz,
…………«Aluno do Liceu,
«Quem fizera os Lusíadas, a bêsta
………..«Pôs-se a coçar a testa
………..«E disse: Não fui eu!»
………………- «E então?
Ponderou o Pedroso com voz doce.
»Quem sabe se o pequeno tem razão?
………..«Pode ser que não fôsse…»

Acácio de Paiva
In “FÁBULAS E HISTORIETAS
Ilustrações de Vasco Lopes de Mendonça
Pp 213/214
Ed. INP – Diário de Notícias  - 1929

Mais se pode consultar neste blogue e também no "Leiria", que muito tem publicado no que concerne à intensa atividade literária de Acácio de Paiva no Século Illustrado dos princípios do séc. passado.
NOTA:
Dia 31 próximo, às 21horas, conversa no átrio do Mercado de Sant´Ana, em Leiria que vai girar à volta de  uma encenação teatral tendo como ponto de partida  uma carta na qual se alude ao grande poeta leiriense. Pretende-se  homenagear o Leiriense, poeta e embaixador de Leiria, duma forma não convencional nem ortodoxa. O mais amena possível, uma conversa à mesa do café. (ver aqui). 
@as-nunes  
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2012/01/07

Largo da Sé de Leiria - Adeus II

Aqui era a Tinturaria/Lavandaria Americana (Anos 70, deixou o Largo, recentemente)
Figuração alusiva a Sócrates. A questão é que esta figura não é a de Sócrates (filósofo da Antiga Grécia)
O chão actual do Largo da Sé, com um empedrado desadequado à história do local. Quanto a esta questão teríamos pano para mangas, parece-me...
Bancos do Largo da Sé, com alguns anos, poucos, quantas vezes é que eu já fotografei este recanto?
Uma perspectiva em que se pode ver a casa da família Paiva, ao lado uma outra em ruínas, ao alto o Castelo de Leiria. Também se pode ver, do lado direito, as obras inacabadas das antigas instalações da Associação de Futebol de Leiria.
A Rua D. Sancho I, vista do Largo da Sé, ao fundo, o Largo Cónego Maia.



Aqui nasceu 
ACÁCIO de PAIVA
Altíssimo Lírico 
e o maior humorista da
Poesia Portuguesa
n. em 14-4-1863
m 29-11-1944
Vista através duma janela do princípio do séc. XX, interior da casa da família Paiva, para a Rua Acácio de Paiva, paralela ao Largo da Sé, poente.
Uma perspectiva inconfundível da Sé de Leiria, lá estão os Jacarandás que substituíam os Padreiros (ácers pseudo.plátanos)
A ordem destas fotos é a da sequência  tal como saíram da câmara da minha máquina fotográfica, um dia destes, em jeito de despedida, até sempre, vou deixar de te ver todos os dias, acompanhar-te nas tuas amarguras, algumas alegrias também, personagens do romance de Eça de Queirós, a Amélia, o Padre Amaro, a passearem-se, esquivamente, outras em cavaqueira sobre a actualidade local, na botica do Carlos, o próprio Eça a dar despacho ao serviço de Administrador do Concelho, no primeiro andar na esquina da Rua da Vitória com o Largo da Sé,  Procissões concorridas, venda de tremoços, pevides, regueifas, colchas nas janelas das casas dos Paivas, dos Hingá, a sede da Associação de Futebol de Leiria, o Faria a vender toda a espécie de miudezas, a Tipografia Carlos Silva, centenária, as queimas das fitas de Maio, as intermináveis obras dos últimos 20 e tal anos, o estaleiro com que foste atrozmente ultrajada, as árvores (padreiros) que te retiraram dos teus braços para os substituírem por jacarandás, nunca percebi porquê, o teu Adro que nos anos 70 nem sequer as crianças podiam usar para jogar à bola, agora transformado num parque de estacionamento de automóveis, o assalto em 1975 à sede do MDP/CDE por causa do Dr. Vareda - advogado, com ideias revolucionárias, talvez um perigoso comunista, eu bem vi o comando, quatro ou cinco homens em passo de corrida, nitidamente com treino militar, vindo da Rua D. Sancho I, que abriu as hostilidades com cocktails molotov 
(por acaso não rebentaram quando os lançaram para a varanda por cima da "Tinturaria Americana", teria sido uma desgraça para o centro histórico de Leiria, ardia tudo naquele verão quente de 1975)
, acabaram por recorrer ao assalto em pessoa, na primeira investida foram corridos por um enxame de abelhas que os "revolucionários esquerdistas, "perigosíssimos", deixaram nas instalações quando as abandonaram à pressa, o Povo na rua a repor a ordem revolucionária que estaria a virar demasiado à esquerda? tropas a mando do MFA a substituir a Polícia, coitado do Alferes miliciano que comandava o pelotão de "barbudos", via-se bem que não tinha mão naquela tropa fandanga, o ribombar de petardos sobre o rio Lis no assalto à sede do PC, tiros de G3, cujo som se repercutia sinistramente por entre as ruas estreitas do centro da cidade,  ainda se notam os buracos de balas disparadas para o ar (?!) com pessoas à janela, não foram atingidas por mera sorte do destino (hoje estaria viúvo), um auto de fé dos livros do Dr. Vareda, as labaredas cresciam do meio do Largo da Sé até à altura dos prédios envolventes... os bombeiros só altas horas da madrugada é que foram autorizados pela populaça a apagar o fogo, 
tantas recordações, tantas...)

A propósito da figuração (alusiva a Sócrates, o filósofo da Antiga Grécia) um dia destes irão ler num dos jornais de Leiria, ou num livro ou mesmo só aqui, a versão - creio que definitiva mas ainda não divulgada, só do meu conhecimento por via de investigações minhas e um acaso feliz - que permite classificar, sem margem para dúvidas, os azulejos da fachada da "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva", aqui no Largo da Sé, como bem saberão, como sendo "Viúva Lamego".

Desculpem lá, por hoje vou ficar por aqui, estou cansado, tenho andado em trabalhos quase forçados, depois poderei deixar nota dessa ocorrência  neste meu blogue (será só meu?!). 

@asnunes 


2011/05/13

Acácio de Paiva: Evocação em Alcanena


A casa (a de azulejos, "pharmácia Paiva") onde nasceu Acácio de Paiva, ainda na posse da família Paiva. Largo da Sé,Leiria, nestes dias...


     ....................................NoNo lado direito, acima, (fragmento duma fotografia que me foi gentilmente cedida pelo seu bisneto Luís Maria de Sampaio e Paiva Camilo Alves)
-
No último encontro de Poesia e Cultura do Grupo da Biblioteca Municipal de Alcanena, evocou-se o Insigne Poeta Leiriense, Acácio de Paiva.

A organização, a cargo dos serviços da Biblioteca, elaborou e publicou a brochura, cuja capa e contra-capa se podem observar acima e ao lado. Claro que sendo a Zaida sobrinha-neta de Acácio de Paiva e eu próprio um entusiasta pela vida e obra deste ilustre filho de Leiria, acabámos por fazer as honras da sessão. 
O que muito nos envaideceu, naturalmente. 
E quem melhor que a Zaida Paiva Nunes para dizer os poemas mais representativos do estilo humorista e extremamente humanista de Acácio de Paiva? Foi uma sessão muito interessante e que proporcionou que alguns dos presentes ficassem a conhecer melhor a personalidade poética e literária de Acácio de Paiva e a sua extraordinária emoção com que escreveu dos melhores sonetos e outros estilos poéticos a enaltecer Leiria, cidade e arredores, os seus rios Lis e Lena, o seu Castelo, a Sra. da Encarnação, as Olhalvas, as Cortes, quanta ternura ele devotou a Leiria, em vida, e que perdurará para sempre através dos seus versos lançados ao vento, aos milhares, publicados por dezenas e dezenas de jornais, revistas, participações em livros de vários autores, colectâneas, em peças teatrais, etc.
Um Crésus Perdulário, como diria o Dr. Américo Cortez Pinto no seu livro com este título, editado em 1968.

O único livro que publicou tem o título "Fábulas e Historietas", edição de 1929. Algumas destas fábulas e historietas foram publicadas no livro de Leituras (II Tomo) para o Ensino Técnico, conforme se pode ver na sua edição de 1949 (que me veio parar às mãos através dos meus pais, imagine-se...).
Muito mais me apetecia escrever sobre Acácio de Paiva...(*)
Já se está a trabalhar no sentido de lhe prestar mais uma justa homenagem, este ano, em Leiria. 
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Pode-se ler um poema a Leiria, "Cidade Flor", da sua autoria, no blogue "dentro de ti ó Leiria", seguindo este link.
(*) Ler mais aqui


@as-nunes
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2010/11/01

A úlima morada


Cemitério de Sto. António do Carrascal - Leiria, hoje
Ainda que só amanhã é que seja o Dia («oficial») dos Fiéis Defuntos
In extremis, ao findar do dia de hoje, 1 de Novembro de 2010

A última morada



Chamam-lhe a última morada...


Lugar mórbido,
Lugar sinistro...


Flores e velas, para quê?
Para quem?
Por uma recordação?
Por pó?
Por nada?


Porquê a última morada?


O que é eterno,
Subiu à Eternidade.


O que é da terra,
Morreu, já não existe.


De quem a última morada?
De quem?
Se aqui já não há nada!

1/11/2007
Zaida Paiva Nunes
in "Talvez" - ed. Folheto 2008

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Mesmo assim, lá fomos, eu e a Zaida, cumprir o ritual de deixar flores na campa do meu sogro, que morreu e foi enterrado em 1994...
Em tempo, nós, também, fizémos questão de lhe prestar uma homenagem que julgamos merecida, escrevendo o livro "José Teles de Almeida Paiva - 1917-1994 - Uma Vida, Uma Época, Uma Cidade", Ed. Folheto - Leiria.
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2009/08/17

Museu Maria da Fontinha e o seu poético bosque ajardinado


(clic para ampliar)
Uma pequena Mostra da zona de bosque ajardinado e ornamentado com motivos poéticos e artísticos. Na segunda foto de cima, da equerda para a direita pode ver-se o momento em que o Mentor do Museu e da ACLAL, Dr. Arménio Vasconcelos, entrega à viúva de António Argentino um Diploma de homenagem "in memoriam".
António Argentino , ficará para sempre indelevelmente ligado ao Teatro e ao Cinema, particularmente através dos conhecidos filmes "Sertório" e "O homem que matou o Diabo".
Atente-se, ao lado, na precisão do quadro com a sua imagem.


Também se pode observar, engravatado contra o que lhe é habitual, o autor do blogue e, na outra extremidade, a descansar um bocadinho à sombra duma árvore, o casal "Soares Duarte". O ambiente em Além do Rio, Gafanhão, Castro Daire, era de festa. Mas estava cá um calor naquela linda Serra de S. Macário, que só visto e sentido! Apesar disso, lá ao fundo, no vale, corria em direcção ao Vouga, o agora, sempre e justamente, envaidecido Rio Paiva.

Por coincidência, dá-se o caso, de, muito perto, se localizar a povoação de ALVA, terra de origem dos Paivas que, no século XIX, fundaram a célebre "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva", em Leiria. Na sua descendência encontramos homens como José de Paiva Cardoso, que chegou a ser Vice-Presidente da Câmara de Leiria e cujos restos mortais se encontram num jazigo quase capela no Cemitério de Sto. António do Carrascal da mesma cidade, o próprio Leonardo Paiva, que foi Presidente da Junta da Paróquia de Leiria (equivalente à actual Junta de Freguesia), Acácio de Paiva(*), lídimo poeta, humorista e crítico literário, e de Teatro, já homenageado pela Câmara Municipal de Leiria e um seu filho, também Acácio de Paiva, que chegou a Governador Civil do Distrito de Leiria, para já não falar de José Teles de Almeida Paiva(2), desde muito novo ligado à gestão dos Teatros (a começar pelo memorável e já demolido Teatro D. Maria Pia) e do Cinema, em Leiria, desde a inauguração do Teatro José Lúcio da Silva, em 1966, até à sua morte, em 1994.
De notar também que se pode ver a sobrinha/neta de Acácio de Paiva(*) e filha de José T.A.Paiva(2), poetisa de mérito reconhecido, na 4ª foto da última fila da composição acima, acompanhada de Luísa Soares Duarte e Nélia Amaro. É a Zaida Paiva Nunes, a minha mulher.
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