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2014/07/18

Leiria e Rua Mouzinho de Albuquerque: memórias que reportam ao dia 5 de Outubro de 1966





E esta aldraba, que só agora é que reparei nela?
Durante dois anos andei a tocar-lhe, indiferente! ...


No dia 5 de Outubro de 1966, mais ou menos, cheguei a Leiria vindo de Viseu na carreira dos Claras.
Estou-me a imaginar, de mala na mão, pasmado, cheio de calor, ali pela zona a que se reporta a primeira fotografia.

Vinha para lecionar na então Escola Industrial e Comercial de Leiria. 
Acabei por arranjar um quarto no número 15 daquela Rua e comer no "Restaurante Peninsular", na porta ao lado, onde esteve o "Aquário", lembram-se? Hoje é um Snack-Bar.
Os dois anos (1966-1968) que permaneci em Leiria (após o que me casei e fui mobilizado para Moçambique) foi ali que vivi, num quarto com a janela a seguir ao letreiro de "vende-se", para a direita.
...
É verdade, Rui, lá estava a leitaria, o barbeiro ...  tudo mudou!
...

2014/01/18

Miguel Torga a recordar e agradecer que o destino o tivesse feito passar por Leiria


(no sítio, em Leiria, onde hoje está instalado o Hotel Eurosol)

Miguel Torga escrevia, no seu Diário, em Leiria, 20 de Novembro de 1980:
"(...)
Esta terra foi a grande encruzilhada do meu destino. Aqui identifiquei escolhi os caminhos da poesia, da liberdade e do amor, sem dar ouvidos às vozes avisadas da prudência, que pressagiavam o pior. Aqui, portanto, arrisquei tudo por tudo, fazendo das fraquezas forças, das dúvidas certezas, do desespero esperança. Aqui era justo, pois, que, passados muitos anos e muitos trabalhos, eu viesse verificar com alegria que valeu a pena desafiar a sorte, que tive sempre uma mão-cheia de almas fraternas e solidárias a torcer por mim, e que as cicatrizes das feridas de ontem são os nossos brasões de hoje."
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Por alturas duma grande sessão de homenagem que os Leirienses lhe prestaram e na qual Miguel Torga usou da palavra.
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* Mais sobre Miguel Torga e Leiria, aqui
* Mais sobre Miguel Torga neste blogue, aqui


2013/12/08

Outono de 2013 na Av. das Comunidades em Leiria



2013/11/22

Desculpa lá ó Eça ...



A cidade está fria, despovoada, pacata até de mais. 

Vem-me à memória Eça de Queiroz e as suas maledicências em relação a Leiria, ao seu "rasteiro" estilo de vida à época... 

A verdade, porém, é que foi graças à sua estada em Leiria que ele escreveu o livro que o alcandoraria aos píncaros da fama como escritor: "O Crime do Padre Amaro".

Quem sabe se hoje não seria mais um escritor da língua Lusófona como tantos outros se não tivesse escrito, talvez o primeiro romance realista português com o sucesso que lhe foi reconhecido?! ...

(Este texto saiu assim, num improviso, caseiro, digo eu que poético, algo lírico, mas sentido ... Por isso repito: desculpa lá, ó Eça!)



Junto à placa informativa: árvore do gelo

liquidambar ... é outono, a cor das suas folhas não o desmentem, já estão a cair, uma a uma ...

Recantos de encantar ... na zona do Jardim e do marachão do rio Lis ..
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(fotos tiradas de telemóvel - Sony smartPhone XPERIA 2013)

2013/11/19

Miguel Torga em Leiria: O anjo revoltado

Caricatura de Miguel Torga feita por Luís Fernandes,  inserta  a p. 32 do livro LEIRIcaturas, ed. da Junta de Freguesia de Leiria (Presidência de Cabrita Franco), 2000.


Em 19 de Novembro de 1939, faz hoje, portanto, 74 anos, Miguel Torga escrevia, em Leiria:

EXERCÍCIO ESPIRITUAL

Ouço-os de todo o lado.
Eu é que sou assim,
Eu é que sou assado,
Eu é que sou o anjo revoltado,
Eu é que não tenho santidade…

Quando, afinal, ninguém
Põe nos ombros a capa da humildade,
E vem.

In “Diário Vols. I a VIII
P. 92

Ed. Publizações Dom quixote, 1999
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Uma semana após, Miguel Torga seria preso em Leiria e transferido para o Aljube de Lisboa, onde ficaria até Fevereiro de 1940.
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Na frontaria do edifício onde esteve instalada a PSP no edifício do antigo Governo Civil de Leiria.
@as-nunes

2013/09/12

Acácio de Paiva: Vim agora mesmo de Leiria

Ontem à noite, umas 10 horas, a Lua em quarto crescente... lembrei-me de Acácio de Paiva.

VIM AGORA MESMO DE LEIRIA

(...)
Fui também à capela da Senhora
Da Encarnação, e vi pertinho os montes
Que o sol ao levantar-se logo doura
Para no sítio a que lá chamam Fontes
Abençoar o rio em sua origem:
E, entretanto, vi milagres às centenas
Em promessa à Virgem.
A demonstrar o fim de muitas penas,
Menos das minhas, porque então, por mais
Que prometesse e me apegasse às santas,
Confiado em seus dons celestiais,
Outra menina (foram tantas, tantas!)
Me desprezou, cruel e desdenhosa,
Insensível às velas e aos painéis,
Porque aos meus versos preferia a prosa
De cem contos de reis…
E mais vi… Mas não devo adiantar-me,
Pois esta referência em baixo estilo
É uma espécie de sinal de alarme
A dizer que se avanço descarrilo.
Desta vez, como devem ter notado,
Deu-me para o lirismo. Bem, se tento,
Porém, ser engraçado,
O efeito que tirei do sentimento,
Das belezas, enfim, que descrevi,
Desfaz-se como fumo pela altura.
Nada!… É melhor parar aqui,
Nada! nada! É melhor parar aqui,
Não se borre o diabo da pintura…

Acácio de Paiva
(Tinha voltado para Lisboa)


@as-nunes

2013/09/07

Acácio de Paiva: lançamento do livro "Falando de Acácio de Paiva"

Para já é a reportagem possível. Graças ao meu amigo Rui Pascoal.

Na mesa, da esquerda para a direita:
Adélio Amaro (Ed. Folheto), Orlando Cardoso (apresentação do livro), Laura Esperança (responsável pela edição enquanto Presidente da Junta de Freguesia de Leiria), António Nunes (autor) e Arménio Vasconcelos (escreveu o Prefácio e contou-nos um conto que se estava a passar na realidade... cena surreal de momentos inolvidáveis da vida).
(foto de Rui Pascoal)
Arménio Vasconcelos no uso da palavra
foto de Rui Pascoal
Parte da assistência. Vê-se Joaquim Vieira, Alda Sales, Zaida Paiva Nunes...  
(Foto cedida gentilmente por Carlos Fernandes)

Zaida Paiva Nunes a dizer um poema de Acácio de Paiva
foto de Rui Pascoal


O autor a escrever uma dedicatória a Isabel Soares. 
Esta foto, penso que foi tirada pela Odília Cardoso...
(esta foto também é de Rui Pascoal)

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 Isabel Soares a declamar
foto de Rui Pascoal
 José Vaz a declamar
foto de Rui Pascoal

Paulo Costa, à direita, e o seus amigos num momento musical muito apreciado...

(Fotos de Rui Pascoal e retiradas do Facebook de Isabel Soares)
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Ler poema dito em jeito de saudação à neta de Acácio de Paiva, Constança, presente na sessão de lançamento do livro:
http://dentrodetioleiria.blogspot.pt/2013/09/falando-de-acacio-de-paiva-lancamento.html
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Palavras proferidas pelo autor, no decorrer da sessão de apresentação do livro 
https://docs.google.com/file/d/0BxQSPO7qWKkbclNDRHZZR0l1alk/edit?usp=sharing

2013/08/30

interlúdio musical ...



Cavalo à solta
Mafalda Arnaulth
-
Aproveitando este cavalo à solta vou, temporariamente (espero...), voltar aos primeiros lustros do século XX...
Daqui a oito dias talvez esteja de volta...
-

2013/07/15

Castelo de Leiria e os freixos


Castelo de Leiria emoldurado por um freixo.

O freixo, é, talvez, a árvore mais tipicamente autótone desta zona de Leiria, do seu castelo (é verdade, dentro do próprio castelo e nos terrenos do morro circundante) e das margens do Lis. Sem esquecer o choupo, o amieiro, o salgueiro...
O plátano também existe em abundância, particularmente, dentro da própria cidade...


2013/05/21

Quem olha e vê os contrastes do quotidiano Leiriense

Vinha eu da Rua Natália Correia, em Leiria, dei com esta praceta. Estamos na zona urbana. Um recanto, que só se vai para lá, ou porque lá se mora ou inadvertidamente. Parece um cenário abandonado de filme do século passado, mas ótimo para construir umas moradias com excelentes vistas panorâmicas... Não dá dinheiro, é? ... Pois, se calhar, com esta crise !...
 Quem olha para Norte ... e vê, lá em baixo, as árvores que bordejam o rio Lis...
 Quem olha para o chão e vê uma papoila ...
 Quem olha para Nascente ... lá ao fundo, a sra do monte...
Quem olha e vê esta casa, que já foi casa de quinta... talvez do caseiro...

Não penses que a sabedoria é feita do que se acumulou. Porque ela é feita apenas do que resta depois do que se deitou fora.

Vergílio Ferreira
Pensar

2013/05/17

Nomeou-me Leiria embaixador

Capela/Santuário da Sra. da Encarnação - Leiria

Nomeou-me Leiria embaixador
Para saudar-vos nesta hora clara
          Do mais vivo esplendor
Que jamais, até hoje se alumiara
E cedi com vaidade: pela minha
Terra, minha saudade há tantos anos
E que é da Estremadura alta rainha
E por vós dois: excelsos soberanos
Crede: Leiria é digna de visita.
[...]

Acácio de Paiva
1863-1944

- Em 29 de Junho próximo, em Leiria: apresentação do livro "Falando de Acácio de Paiva". Sessão integrada nas comemorações do mês da Junta de Freguesia de Leiria e do 150º Aniversário do Nascimento do "Insigne Poeta Leiriense".

@as-nunes

2013/04/18

Coração de mulher... em Abril: mais uma "Fita da Semana" de Acácio de Paiva...


À atenção da Marinha Grande:

Eis a forma, como num distante mês de Abril, num dia dos idos anos 30 do século passado, «Fitava» Acácio de Paiva, lídimo poeta Leiriense, como bem deveis saber e conhecer da sua poesia:

Coração de mulher 
(titulo eu, que o autor não se dava a esse trabalho… escrevia em verso uma Fita por Semana e pronto. ..
Fama e proveito pelo que escrevia? Tanto se lhe dava... como se lhe deu!..”.

Aqui nasceu Acácio de Paiva
1863-1944

II
Passo adiante, mas não largo o assunto
Sem lhes dizer que na Marinha o hotel
Se não é dirigido por Vatel
É por Vatel há muito ser defunto.
Só lhes digo que havia entre os manjares
Um doce, julgo eu, de claras de ovo,
Alvo como as toalhas dos altares
E capaz de fazer subir aos ares
    Clero, nobreza e povo!
    Era renda, era espuma,
Uma carícia de anjo, uma esperança,
Uma quimera, um beijo de criança,
    Era um amor, em suma!
E, para mais encanto, a criadinha
Que serviu ao jantar (a mais gentil)
    Das «sopas» da Marinha,
Fresca como um botão no mês de Abril,
Que uma abelha cobiça mas não fere)
Quando, sorrindo, a sobremesa trouxe
    Disse o nome do doce:
    «Coração de mulher»!
Estão a ver como o comi então:
Tomei-o, com respeito, na colher,
Rezei-lhe mentalmente uma oração
E meti-o na boca perturbada
Como quem mete a hóstia consagrada
No dia da primeira comunhão!
Coração de mulher! Ficai sabendo,
Senhoras minhas, quando me enganardes,
Que não castigarei o crime horrendo,
Pois que os enamorados são cobardes,
     Mas que peço à servente
A receita do doce, e ao chá das cinco,
     Voluptuosamente
     O coração vos trinco!

In “Fitas da Semana”,  Diário de Notícias de então…  entre 1934-1938.

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Em tempo:
Pode apreciar-se um vídeo no facebook em 
https://www.facebook.com/orelhavoadora/timeline/story?ut=96&wstart=0&wend=1383289199&hash=-5968785361241313102&pagefilter=3&ustart=1

@as-nunes

2013/04/09

2013/04/07

Leiria nos anos 60...


 Ed. da Comissão Regional de Turismo de Leiria (Leiria, Batalha, Marinha Grande, Porto de Mós e Vila Nova de Ourém), Coimbra Editora - 1968.
Saibam todos quantos repararem nesta entrada, que a jovem representante do concelho de Leiria na cerimónia de entrega de prémios dos (talvez os primeiros, oficialmente, Jogos Florais abrangendo esta tão mítica região turística) é a minha mulher, Zaida Manuela Paiva (Nunes), que eu conheceria neste mesmo ano de 1968 da edição deste livro...
Em 1966 (Outubro) cheguei eu a Leiria. Cá fiquei. 47 anos estão a passar...

A Presidente do Júri era, muito simplesmente, a Dra. Adelaide Félix, ilustre escritora e lídima representante das Letras Portuguesas, intimamente ligada a Leiria, onde viveu largos anos e à qual ficou indelevelmente ligada através de ações variadas de índole literária e cultural. Na cidade de Leiria e na Praia do Pedrógão, o seu nome ficou gravado a letras duradouras na toponímia oficial. 

2013/03/23

Salve-se a alma da cidade de Leiria



Carlos do Carmo - Sou o ferro velho

O Largo da Sé, em Leiria, é um dos icons da zona histórica de Leiria. Uma cidade só se conseguirá impor no contexto turístico e económico se os seus administradores não permitirem que ela perca a sua alma. E isso só será possível com um forte impulso na recuperação da sua zona histórica, a área da cidade que a distingue de todas as outras. Já vai sendo tempo de todos os que querem voltar a ter uma cidade bem definida, com as suas caraterísticas próprias, pugnem pela recuperação dos edifícios, ruas, praças, jardins, árvores e comércio tradicional, única forma de manter a identidade Leiriense.

Leiria transferiu-se, de armas e bagagens, para um campo de concentração a que chamamos "Leiria Shopping".
Vamos aceitar, sem contestação, a degradação a que Leiria, como cidade histórica, está a chegar?

É que, entretanto, começamos a ver sinais preocupantes de que não há interesse em preservar a identidade de Leiria. 
Em vez de uma Praça na zona histórica, constrói-se um "equipamento" com linhas modernaças mas completamente fora da traça original da alma da cidade. Árvores que ainda se podiam e deviam manter em pé, abatem-se às dezenas, decapitando pontos de referência e de vida.

O ferro velho.
É isto que queremos para o Centro Histórico de Leiria?!