2017/08/28

Poetry Slam Leiria - 4º; em Lourais - Barreira - Leiria; 26ago17


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em:
Poetry Slam Leiria

XL - Xpressivo Lírico
Vencedor do 4° Poetry Slam Leiria!
Parabéns!!
Muito obrigada a tod@s!

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Bem. Afinal o que é o "Poetry Slam"?, estarão alguns leitores a perguntar? Uma explicação sintética pode ser alcançada na seguinte transcrição do texto que se encontra publicado no link: https://portugalslam.com/o-que-e-o-poetry-slam/ :

"O QUE É O “POETRY SLAM”? O POETRY SLAM É UMA PRÁTICA EM TORNO DA PALAVRA, QUE TEM NA SUA BASE VÁRIAS REGRAS QUE ENVOLVEM A PERFORMANCE E POESIA ORIGINAL DOS SEUS PARTICIPANTES, UM TEMPO LIMITADO A 3 MINUTOS PARA AS SUAS APRESENTAÇÕES, UM PÚBLICO COMO JÚRI QUE PONTUA CADA APRESENTAÇÃO DE 0 A 10, A AUSÊNCIA DE MÚSICA E ACESSÓRIOS E A ATRIBUIÇÃO DE PRÉMIOS SIMBÓLICOS NO FINAL. NÃO EXISTEM ESTILOS OU TEMAS ADEQUADOS, EXISTEM VÁRIAS LINGUAGENS POSSÍVEIS, QUE VARIAM COM A DIVERSIDADE DOS PARTICIPANTES QUE FAZEM PARTE DESTE MOVIMENTO."

Mais pormenores do modo de funcionamento desta iniciativa lúdico-cultural podem ser alcançados pela leitura do ´post` acima referido do blogue da comunidade "Poetry Slam". 

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O 4º Poetry Slam Leiria foi um acontecimento deveras emocionante e muito participado. A mim tocou-me particularmente já que a Carla Veríssimo teve o apoio imprescindível e muito visível da Zaida Paiva Nunes, através da disponibilidade que proporcionámos em termos de espaço e condições operacionais e de ambiente.
Correu lindamente... julgo que as opiniões dos presentes e as suas reações elogiosas à organização no geral são disso prova inequívoca. Ficamos, eu e a Zaida, extremamente sensibilizados. 
A verdade é que o sucesso foi retumbante. Neste ritmo, o Slam de Leiria vai constituir-se num exemplo a seguir. Assim esperamos!
Fiz vários vídeos, que, na experiência que acima vos mostro, ficam aqui publicados em fragmentos rápidos e organizados ad-hoc por mim, um eterno aprendiz de tudo e mais alguma coisa...
Em conversa com o o Johnny, o XL que ganhou este ´Slam`, ficou combinado que ele próprio se iria incumbir de fazer uma montagem a preceito, como já deu para perceber que é um dos seus atributos. Aliás, ele próprio também fez a gravação de todo este evento.

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Entretanto, deixo aqui, para memória futura, algumas das fotos que consegui, já que me tive de repartir entre operador de câmara, fotógrafo, participante  e anfitrião. Com muito gosto:


 A Zaida, como anfitriã,  e a Carla Veríssimo (a dinamizadora insubstituível), na apresentação do 4º Poetry Slam de Leiria. 









 Vieira da Mota a declamar o seu poema, "Veredas", que a assistência aplaudiu calorosamente.

 Mafalda Graça



Os participantes, quase todos... 
 A Carla e os membros júri: Jorge, António, Carla, Óscar, Luís, Mª José
 Os participantes

 A Carla com os finalistas

XL, o vencedor


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2017/08/18

João Luís Barreto Guimarâes - "São essas coisas Poesia no seu estado mais puro"

Coisas que tenho vindo a publicar no "Facebook" mas que quero guardar no meu blogue:


Já tinha ouvido falar
João Luís Barreto Guimarães
Quetzal poesia a saldo
Como é possível, questiono eu?
Um transformador da realidade em poesia
Disponível para olhar e falar das coisas que vê
Conseguir que nós o leiamos enquanto vive
Os instantes que acontecem a cada momento
Conseguir reter as coisas que olhamos
Que sentimos
Com as palavras que nos ocorrem
No momento
´São essas coisas
Poesia
no seu estado mais puro`
as-nunes
15 de agosto 2016

2017/08/07

A minha mãe aos 93 anos. Recordou-nos uma das suas canções preferidas: "Carmencita" que, nos anos 50 era uma das bandeiras de Amália Rodrigues

 A minha mãe fez 93 anos. Presenteou-nos com uns momentos a recordar os seus velhos tempos de juventude. Lembro-me tão bem de a ouvir a cantar as canções e fados da Amália Rodrigues. Como se pode apreciar no vídeo abaixo continua com uma voz invejável ! Obrigado Mãe!

Quando Regressámos, eu e a Zaida, a Leiria, encontrámos a Lua, assim, cheia, a sorrir-nos!




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2017/07/31

Contar Histórias e Historietas por David Teles e Contos Infantis por Zaida Paiva Nunes

A Biblioteca Municipal de Leiria organizou um Piquenique de Leituras no Jardim de Sto. Agostinho no passado sábado. 

Uma iniciativa muito interessante, que só foi pena que não tivesse tido tanta participação como a que merecia. De qualquer modo, aqui fica o registo com a atuação brilhante de David Teles Ferreira que foi secundada, duma forma espontânea, pela Zaida Paiva Nunes com contos infantis-surpresa.
Algumas fotos do FB da Biblioteca Afonso Lopes Vieira (B.Mun. de Leiria):









Ver mais no Fb acima.

2017/07/28

A atividade de Blogger e o Jornal de Leiria

Um dos jornais de referência de Leiria é o "Jornal de Leiria", como é sabido. Claro, vou dar-lhe, neste ensejo, a devida projeção, porque a pp 42 a jornalista Lurdes Trindade, publica uma entrevista/crónica que me fez um destes dias em que aborda a minha qualidade de blogger associada àquilo que tem sido a minha vida de 70 anos.
Obrigado, Lurdes Trindade pelo seu trabalho.
Pode ler-se seguindo os links: 
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Fotos incluídas no artigo:


 A família reunida no Natal em 2015

A minha estação de radioamador em 2012.
Indicativo internacional CT1CIR

2017/07/25

Crónica em torno da Comemoração do Centenário do Nascimento de Manuel Ferreira (1917-2017)

Na sequência dos ´posts` anteriores escrevi a crónica que reproduzo a seguir. O "Diário de Leiria" de 24/07/2017 publicou na sua p. 8 uma parte...
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Em modo DISPERSO… (XLII)
No Centenário do Nascimento de Manuel Ferreira (1917-1992)
Mais um ilustre leiriense que urge (re)descobrir

No último serão literário das Cortes, no 2º sábado de Junho, o Engº Carlos Fernandes, um dos mentores deste grupo desde a primeira hora, fez a devida menção ao “Sarau Literário Manuel Ferreira (1917-2017)” organizado pela Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira (bibl.  Dra. Ângelo Salgueiro Pereira) na prossecução das comemorações do Centenário do Nascimento deste ilustre leiriense . O evento teve lugar no passado dia 18 no auditório da biblioteca de Leiria com a sala completamente lotada.
Pelo que se pôde confirmar,  a ignorânica acerca de quem foi Manuel Ferreira é muito grande. Tendo em vista obviar a esta lamentável circunstância temos a boa nova que é saber-se que o professor do IPL, Dr. João Bonifácio Serra,  tem vindo a investir muito do seu tempo e disponibilidade na investigação e consulta dos vários arquivos nacionais do exército e da Torre do Tombo a par com o espólio familiar e que lhe estão a permitir coligir muita e aliciante informação biográfica de Manuel Ferreira. Com a sua exposição, no decorrer do Sarau, o Dr João Serra conseguiu transmitir-nos, magistralmente, uma imagem, ao mesmo tempo íntima e biográfica literária e social.

Mas, afinal, quem foi Manuel Ferreira? A Biblioteca Municipal de Leiria tem vindo a sintetizar a seguinte resenha biográfica: «A obra ensaística e literária de Manuel Ferreira está profundamente marcada pela sua vivência africana. Através dela, expressa a repressão do colonialismo e do regime nas comunidades onde marcou presença.
O seu estudo e pensamento sobre a literatura africana é hoje incontornável para a investigação nesta área.
Natural de Gândara dos Olivais, Leiria, onde nasceu no dia 18 julho de 1917, estreou-se como escritor em 1944 com a publicação do romance Grei, seguindo-se a Casa dos Motas (1956). Ambas as obras integram-se claramente na corrente neorrealista que despontava na época.
Seguiram-se os seus romances de inspiração africana. Em meados dos anos 70 do século XX, já em Portugal, criou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa uma cátedra dedicada à Literatura Africana de Expressão Portuguesa.
Na sua atividade de escritor colaborou e fundou diversas revistas literárias, nomeadamente, África – Literatura, Arte e Cultura. Publicou vários livros de literatura para a infância.
Recebeu ainda diversos prémios, com “Morabeza”, em 1958, o Prémio Fernão Mendes Pinto, com “Hora Di Bai”, em 1968, o Prémio Ricardo Malheiros e, em 1967, o Prémio da Imprensa Cultural para «A Aventura Crioula». Em 1991, foi distinguido com o título de cidadão honorário da cidade de Mindelo (Cabo Verde) pelo seu papel de divulgador e estudioso das literaturas dos PALOP.»
Foram ditos vários poemas escritos por Cabo-verdianos magistralmente interpretados por David Teles, Helena  Santo, Isabel Soares, José Pires e José Vaz. O “Poema de Amanhã” (1945) dito por José Vaz é da autoria de António Nunes, que nasceu também em 1917 na cidade da Praia, Cabo Verde. Ficou para a história da Literatura como o primeiro neo-realista Cabo-verdiano e este seu poema foi originalmente publicado na Revista “Certeza”.
Cristina Nobre presenteou-nos com o seu estilo peculiar e maravilhado/oso na leitura do conto infantil que Manuel Ferreira publicou em 1971, “Quem pode parar o vento?”.
O momento musical acabou por ser do agrado geral e ficou a cargo do Grupo CV com Martinho Nunes, na voz e na guitarra acústica e JudePina na guitarra acústica a acompanhar.
Esta sessão, muito pedagógica e altamente elucidativa, acerca do ilustre leiriense justamente celebrado, encerrou com a morna, interpretada por Martinho Nunes (Cabo-verdiano) e a assistência emocionada, que, sem dúvida, constitui um autêntico hino a Cabo Verde: “Sodade Di Nha Terra S. Nicolau”…
Ficamos à espera do livro que ficou ali mesmo ´apalavrado`, na presença da Vereadora da Educação e Bibliotecas da Câmara Municipal de Leiria, Dra. Anabela Graça, que há-de ser compilado pelo Dr. João Bonifácio Serra.  Seria uma imprudência inadmissível que o trabalho profundo e de qualidade de João Serra, que nos ficou perfeitamente percetível já estar disponível,  não viesse a ser dado a lume.

Manuel Ferreira merece essa Homenagem e Leiria também…
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Ainda a propósito do Sarau do Centenário de Manuel Ferreira - Leiria.


2017/07/24

Manuel Ferreira - Exposição Comemorativa do Centenário inaugurada nas Caldas da Rainha

Conta-nos Carlos Fernandes no seu FB:


"MANUEL FERREIRA EVOCADO NAS CALDAS DA RAINHA

No Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha (Parque D. Carlos), foi inaugurada, no dia 22 de Julho, uma exposição comemorativa do centenário do nascimento de Manuel Ferreira, escritor leiriense (da Gândara dos Olivais) e investigador pioneiro no estudo das literaturas africanas de expressão portuguesa, intitulada “Manuel Ferreira. Capitão de Longo Curso”. Em seguida realizou-se um pequeno colóquio em que participaram João Bonifácio Serra (responsável pela investigação, concepção, guião e bibliografia da exposição) e os professores Ana Paula Tavares (angolana, da Faculdade de Letras de Lisboa), Fátima Mendonça (da Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique) e Mário Tavares (do Instituto Politécnico de Leiria) que deram testemunho, em especial, da vida académica de Manuel Ferreira, mas também do seu trabalho cultural nas Caldas da Rainha na década de 50 (1953-1958), tendo sido, designadamente, o primeiro presidente do CCC – Conjunto Cénico Caldense. A exposição estará ali patente até 17 de Setembro, devendo depois ser montada em Leiria."

E mostra-nos estas fotografias:








Cá esperamos para ver in loco esta exposição em Leiria.

2017/07/18

Manuel Ferreira - 1917-1992 - Um leiriense pioneiro dos estudos da Lusofonia





MANUEL FERREIRA (18.07.1917-17.03.1992) – Natural da Gândara dos Olivais, estudou em Leiria onde vem a terminar o antigo curso dos Liceus. Licenciado em Ciências Sociais e Políticas pela Universidade Técnica de Lisboa. Foi colaborador do Região de Leiria. O serviço militar mobilizou-o como expedicionário para Cabo Verde (1941-1947) onde conhece e casa com a cabo-verdiana Orlanda Amarílis. Em Cabo Verde convive com grupos intelectuais locais ligados às revistas Claridade e Certeza. Entre 1948 e 1954, é destacado para Goa (Índia Portuguesa), onde desenvolve atividade na rádio local. Mais tarde, vai para Angola. Visitou ainda outros países africanos e veio a tornar-se um profundo estudioso da cultura de expressão portuguesa das antigas colónias. A sua obra ensaística e literária está profundamente marcada por essa vivência africana, e através dela expressa a repressão do colonialismo e do regime nessas comunidades. O seu estudo e pensamento sobre a literatura africana é hoje incontornável para a investigação nesta área. Estreou-se como escritor em 1944 com a publicação do romance Grei, seguindo-se a Casa dos Motas (1956), ambas as obras integram-se claramente na corrente neorrealista que despontava na época. Seguiram-se os seus romances de inspiração africana. Em meados dos anos 70 do século XX, já em Portugal, criou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa uma cátedra dedicada à Literatura Africana de Expressão Portuguesa. Na sua atividade de escritor colaborou e fundou diversas revistas literárias, nomeadamente, África – Literatura, Arte e Cultura. Publicou vários livros de literatura para a infância. Recebeu ainda diversos prémios, com Morabeza, em 1958, o Prémio Fernão Mendes Pinto, com Hora Di Bai, em 1968, o Prémio Ricardo Malheiros e, em 1967, o Prémio da Imprensa Cultural para A Aventura Crioula. Em 1991, foi distinguido com o título de cidadão honorário da cidade de Mindelo (Cabo Verde) pelo seu papel de divulgador e estudioso das literaturas dos PALOP.

2017/07/14

Jamais esquecerei este meu blogue "DISPERSAMENTE..."


O autor na sua secretária de trabalho nos Lourais - Barreira em 5 Julho 2017

Ultimamente não tenho prestado a atenção devida a este meu ´blog` (blogue). Tenho 70 anos de idade e já frequento a web desde os anos 80. Sou Radioamador (uma forma que nós gostamos de usar em vez de ´rádio-amador`) desde 1982. Tenho um diploma de iniciação à programação de computadores em linguagem COBOL datado de 1972. Claro, na altura, ainda usávamos o cartão e fita perfurada para o tratamento da informação binária. Pouco tempo depois veio a notícia de que os americanos tinham inventado o primeiro disco. Esses discos rígidos, na época, eram de uso muito restrito e requeriam que fossem  manuseados com cuidados extremos, em termos de temperatura e humidade ambiente para além de requererem que o seu funcionamento se processasse sem trepidações e pó.
Julgo já ter aqui deixado a informação de que, entretanto, também me tenho dispersado pelas redes sociais, concretamente, o "Facebook" e o Twitter.
O meu endereço de Facebook é: 

Este nome "orelhavoadora" tem uma história muito hilariante mas também muito pessoal, talvez. Já a contei variadíssimas vezes e tem como base uma ocorrência que teve lugar era eu estudante no ICP- Instituto Comercial do Porto, em 1965. Não a vou repetir.

No momento em que escrevo esta nota tinha acabado de falar ao telefone com uma jornalista do "Jornal de Leiria", Lurdes Trindade, acerca da possibilidade de publicar naquele semanário um artigo na coluna "Histórias de Vida". O convite agradou-me obviamente e ficou combinado que, dentro de dias, nos encontraríamos para conversar. 
Contrariamente ao que algumas pessoas pensam, eu não tenho qualquer rebuço em me dar a conhecer e mostrar aquilo que de mais ou menos interessante possa ter andado a fazer e/ou publicar, seja através das variadíssimas páginas Web em que participei, como principiante nestas coisas, seja no Facebook, livros e jornais. Sem esquecer a minha vida repartida pela profissão, pelo associativismo e pela militância política.
Não tenho qualquer preocupação em ser referenciado como uma pessoa mediática, no sentido de ser conhecido e famoso, mas também não gosto de me esconder como um eremita e tentar passar incógnito a todo o custo. Se a minha passagem pela Terra puder ter alguma utilidade para os outros, que mais não seja, pela curiosidade de tomarem conhecimento da minha existência e daquilo que fiz ou podia ter feito, já me sinto compensado pelas muitas horas/dias despendidas a imaginar, fotografar, estudar, escrever, sobre temas os mais diversos, sempre dando o enfoque primordial à minha família, a Leiria e Viseu, as minhas Terras Natais. Viseu porque foi lá que nasci; Leiria, porque foi aqui que fixei a minha vida ativa e constituí família.
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Em 23/9/2017 (a propósito duma década da sua existência) escrevi neste blogue:
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O "Dispersamente..." proporcionou-me o estímulo necessário à edição de variadas composições multimédia. Tem sido muito o que consegui aprender e deixar registado sobre Leiria. Por exemplo, numa rubrica que me tem sido muito querida e que eu apelidei "Dentro de ti ó Leiria" ou "Viver em Leiria". Como auxiliar de memória fica - não só para minha própria consulta, mas também de todos os leitores interessados - um "Índice Temático" que está à vista do leitor na barra lateral deste blogue. Está identificado com o título: "temas ordenados alfabeticamente".
Quantas vezes não me tenho socorrido desse índice para recuperar informação que aqui tenho deixado registada. O mesmo tenho constatado que tem acontecido com pessoas individuais e instituições, cujo feedeback me tem chegado com regularidade através de contactos por e-maila pedirem-me colaboração relativamente a alguns temas que fui abordando e registando ao longo destes anos.
O próprio motor de busca da Google tem sido uma ferramenta, hoje em dia imprescindível, para se localizarem fontes de informação para as mais diversificadas investigações e consultas oriundas deste blog. "
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Tenho de voltar às coisas da contabilidade, fico por aqui, por ora...

2017/06/09

José Manuel Soares, Mestre pintor, em exposição da sua pintura na Galeria do Mercado de Santana em Leiria


Fotografia do meu amigo Rui Pascoal, no decorrer da exposição. O autor deste blogue à conversa com Luís Pinto, amigo de longa data, a recordar tempos de militância na JS.

Outras fotografias de Rui Pascoal:

 Luis Vieira da Mota a apresentar a exposição.
Uma das pinturas do Mestre em abono da cidade de Leiria.
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"José Manuel Soares, para muitos, e em Pinhel agora também, o Mestre José Manuel Soares, pintor, não de paredes, que também pintou algumas, mas com a mesma arte, nasceu em São Teotónio, Odemira, Alentejo, província da qual pintou paisagens agrestes e secas ou doces de ribeiros, pormenores da duríssima vida rural, ou monumentos históricos, as que vendeu, vendeu, as que não quis vender estão agora, não em Odemira, mas em Pinhel.
O mestre Soares foi muito novinho, adolescente, para Lisboa, com o lápis na ponta dos dedos e as imagens na alma. Ilustrou banda desenhada, revistas de humor, livros de lazer e escolares, fixou-se em Lisboa, foi galardoado várias vezes em concursos e exposições, pintou pormenores de rua, pormenores de vidas, monumentos, sítios já desaparecidos, de tudo o que pintou e não quis vender, não está agora em Lisboa, está em Pinhel.
O mestre Soares amava a Costa da Caparica e aí alugou, e depois comprou, onde residir. Ele ainda lá está, há quase dez anos imobilizado, apenas os olhos vivos e alguns movimentos de lábios inaudíveis. Mas o que restou dos seus retratos de pescadores, de faina piscatória, dos pormenores das arribas, dos recantos das casinhas populares, não ficaram na Costa, nem em Almada, estão agora em Pinhel.
Nos últimos anos da década de setenta do século XX o mestre Soares veio a Leiria, a convite duma galeria, a primeira galeria privada da cidade, expor dos seus trabalhos. E encantou. Paisagens alentejanas, ribatejanas, lisboetas, os pescadores da Costa, os portais dos monumentos, ou artesãos de ofícios desaparecidos. Tudo com pormenor impressionante. Não impressionista, mas impressionante. E encantou-se, como se a “balada do encantamento” de D. José Pais de Almeida, popularmente “dentro de ti, Ó Leiria”, o tivesse enfeitiçado. Comprou um pequeno apartamento na Rua do Coronel Artur Paiva e começou a pintar Leiria. De dia, de noite, a toda a hora. As horas mortas dos outros eram as suas mais vivas. Leiria e arredores. Recantos das Cortes, das Fontes e da Batalha. Exposições históricas em datas centenárias. A monumental exposição, no Dia da Cidade, em 1986, onde todos os quadros representavam Leiria com todo o seu encanto de solidão nocturna. O castelo em quase todos, que de todos os lados se vê o castelo em Leiria, e as fontes e os recantos mais recônditos e românticos. As entidades oficiais da época, e as seguintes, embora tendo sido alertadas para o facto, não se interessaram pelo espólio do mestre Soares. Nem um exemplar figura em qualquer museu público da cidade. Estão, agora, em Pinhel.
Soares nunca foi a Pinhel. O mais próximo que pintou de Pinhel foi Monsanto. E também com paixão e pormenor impressionantes. Idanha-a-Nova ainda tentou adquirir o espólio. Mas a tentativa falhou. Meda candidatou-se a seguir, organizou uma exposição grandiosa, inaugurada por PELO Presidente Cavaco Silva e também desistiu. 
Pinhel quis, preparou as instalações, muito dignas instalações e inaugurou, no passado dia 25 de Agosto, seu Dia da Cidade, o Museu José Manuel Soares. Agora Pinhel, porque os responsáveis da cultura da Cidade não “cederam” a opiniões de críticos de arte, que não pintam senão paredes, avançaram com a obra e agora têm lá todo o espólio do romântico Mestre Pintor José Manuel Soares, a biografia, fotografias de “família”, a banda desenhada, os quadros com recriações das mais significativas batalhas e heróis da nossa História, desenhos mais perfeitos que fotografias de monumentos nacionais, os bois, as árvores, os lagos, os pescadores, o mar. E têm-nos porque fizeram por os merecer, porque são de textura impressionante. Todas as outras cidades, que tinham o dever de adquirir, pelo menos a parte que aos seus sítios dizia respeito, não o fizeram por isso mesmo: por serem de “tessitura” impressionante e não impressionistas, modernistas, surrealistas, cubistas, “ectcetristas”, conforme os críticos aconselham a quem queira comprar arte ou… instalar museus novos. 
De qualquer modo, o espólio de Mestre Soares, emigrando, seguiu as normas actuais do país: deita-se fora o bom e recolhe-se a caca. Também, quando mãe é madrasta, é melhor ser bem adoptado. Ou, como diz o povo, guardado está o bocado para quem o há-de comer. Pinhel tem agora um museu aonde quer levar os alunos das escolas para “verem” a História.
Por falar em fotografias e pintura realista. Ângela Vimonte, esposa de José Manuel Soares, pinta principalmente naturezas mortas. Em Castelo Rodrigo fotografei uma hortênsia, a flor “natal” de Ângela Vimonte. Depois, em casa, comparei a minha fotografia com um quadro dela. Fiquei triste e muito abalado: na minha representação de hortênsias faltava o orvalho da sua saudade."
Luís Vieira da Mota
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Escrevi um e-mail aos membros dos "Serões Literários das Cortes" nestes termos:

Caros amigos e companheiros de Tertúlia
dos Serões Literários


Gostaria de partilhar convosco esta composição, só possível graças à inspiração da poesia de Carlos Lopes Pires e da música e voz de Pedro Jordão.
Repare-se nas hortênsias do vídeo.
Hoje tive o privilégio de assistir à sessão de apresentação duma exposição na Galeria do Mercado de Santana em que Luís Vieira da Mota nos brindou com três excelentes intervenções.
Ao lado das pinturas de fino recorte técnico e de imagens fabulosas de Leiria à noite nas décadas de 60/80 tivemos a ocasião rara de apreciar alguns quadros que nos representavam hortênsias nos contrastes das suas cores tal como as estivéssemos a apreciar ao vivo.
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Sugiro que apreciem a reportagem fotográfica que o nosso companheiro Rui Pascoal fez da exposição referida: