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2014/06/13

A história rocambolesca - qual crónica de "As Farpas" - duma rua de Leiria: a Rua Ramalho Ortigão





http://dispersamente.blogspot.pt/2008/05/rua-ramalho-ortigo-leiria.html

Com este "Post" iniciei a minha descoberta e aventuras relacionadas com uma rua de Leiria, a que lhe foi posto o nome de "Rua Ramalho Ortigão". Ali para a zona da Guimarota, quem vai pela EN 365-2, Leiria-Fátima, antes de chegar à Quinta de S. Venâncio (mais recentemente, a rotunda que dá acesso ao IC36, que, por sua vez, liga as autoestradas, A1, A8/A17 e A19).
Não terá sido uma grande inconveniência a atribuição deste topónimo a uma rua que não dignifica minimamente um dos grandes vultos da História da Literatura Portuguesa?
Claro que foi. E continua a ser...
Querendo acompanhar toda a história desta rua e outras histórias paralelas, siga este link.
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“As Farpas” constituem pois um marco na literatura e na evolução cultural do país uma vez que se impuseram como um novo e inovador conceito de fazer jornalismo – o jornalismo de ideias, de crítica social e cultural – que hoje é corrente."

2013/05/21

Quem olha e vê os contrastes do quotidiano Leiriense

Vinha eu da Rua Natália Correia, em Leiria, dei com esta praceta. Estamos na zona urbana. Um recanto, que só se vai para lá, ou porque lá se mora ou inadvertidamente. Parece um cenário abandonado de filme do século passado, mas ótimo para construir umas moradias com excelentes vistas panorâmicas... Não dá dinheiro, é? ... Pois, se calhar, com esta crise !...
 Quem olha para Norte ... e vê, lá em baixo, as árvores que bordejam o rio Lis...
 Quem olha para o chão e vê uma papoila ...
 Quem olha para Nascente ... lá ao fundo, a sra do monte...
Quem olha e vê esta casa, que já foi casa de quinta... talvez do caseiro...

Não penses que a sabedoria é feita do que se acumulou. Porque ela é feita apenas do que resta depois do que se deitou fora.

Vergílio Ferreira
Pensar

2012/10/21

Uma travessa de Leiria guardada pelo anjo da guarda e em homenagem ao grande pintor e aguarelista Lino António

Quem foi Lino António, personagem singular da história de Leiria do séc. XX? (*)

  A travessa está a cargo do anjo da guarda
 Mas, pelo sim pelo não, nada como ter também um cão de guarda.

Esta travessa situa-se na zona da Cruz da Areia, em Leiria, perto do Quartel do RAL 4.


Numa pequena extensão de menos de 50 metros, registei esta sequência de pormenores, mesmo sem sair do carro.


Para além de se poderem observar vários trabalhos de pintura seguindo este link pode observar-se, amiúde em casas particulares, reproduções fiéis e de muita qualidade de várias  aguarelas em que Lino António retratou os trajes regionais de Leiria por volta dos anos 30 do século passado.

A que se pode admirar na foto ao lado, é uma dessas várias aguarelas reproduzidas numa coleção, editada pela Comissão de Turismo de Leiria-Fátima.

Esta aguarela está assinada e datada com referência ao ano de 1931.
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outras etiquetas (leiria antiga)
http://dentrodetioleiria.blogspot.pt/search/label/leiria%20antiga
@as-nunes

2012/03/06

Leiria: Rotunda do Sinaleiro ao longo dos tempos


Era assim o cruzamento vital da circulação rodoviária que atravessava Leiria, tal como me lembro dos anos 60 do século passado, quando cheguei a estas paragens, vindo eu diretamente das terras Viseenses e de Viriato. Por aqui passava a Estrada Nacional número um, que ligava Lisboa ao Porto. Quantas peripécias viveram os polícias sinaleiros que prestaram serviço no cimo daquela peanha!
Vê-se nitidamente o tamanho dum choupo que se encontrava mais ou menos no sítio da atual estátua ao Pastor Peregrino.
Rotunda do Sinaleiro - 2010. 
Antes da atribuição deste topónimo era a rotunda do Largo Alexandre Herculano e tinha esta configuração esquisita. Ainda a fachada do antigo e majestoso Hotel Lis tinha a bela apresentação que se pode observar na fotografia.


 A rotunda do Sinaleiro, tal como se apresenta hoje.
No ensejo desta nota evocativa de Alexandre Herculano é oportuno referenciar-se que:
"- Na parede do átrio do Teatro D. Maria Pia foi colocada uma placa comemorativa do 1º Centenário de Alexandre Herculano, como consta da acta da reunião realizada em 6.5.1910." João Cabral - Anais do Município de Leiria, vol. II - 2ª Edição 1993, CMLeiria. (link)

Placa evocativa do Centenário de Alexandre Herculano, recentemente colocada na rotunda do Sinaleiro, na fronteira com o largo da fonte luminosa (parte integrante da Praça Goa, Damão e Diu), no local onde se situava o Teatro D. Maria Pia, barbaramente demolido à força, em 1959.
Esta placa foi inicialmente colocada no próprio Largo com o mesmo nome, mais conhecido pela célebre fonte das três bicas ou das carrancas. Posteriormente foi retirada e esteve abandonada durante décadas no Castelo de Leiria (v. entradas sobre Alexandre Herculano).
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nota: 
Mais informação se pode recolher consultando "O Polícia Sinaleiro em Leiria - Abordagem histórica", Ed, da Junta de Freguesia de Leiria - 2008.
@as-nunes

2012/02/24

Toponímia e estética em Leiria


Estamos no Bairro dos Capuchos, em Leiria.
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Enfim, para que não fique unicamente a constar pela negativa, pode-se acrescentar informação mais gratificante:
1- Miguel Franco
Nasceu em 14-4-1918 e faleceu em 19-2-1988.
A sua notoriedade deveu-se ao facto de ser um dos grandes dinamizadores das atividades teatrais em Leiria.
Deixou escrito O MOTIM, adaptação daquela obra ao teatro, da autoria de Arnaldo Gama e a peça teatral "Legenda do cidadão Miguel Lino".

2- Dr. Agostinho Tinoco (* Coimbra, Janeiro de 1896 . + Agosto de 1969), em Lisboa)
Esta rua começa na rua cidade de Tokushima, inflete para a direita e não tem saída.
A deliberação camarária de 7-12-1973, que lhe atribui o nome, não indica as extremas, mas encarrega os S.T.O. de procederem à colocação das respetivas placas toponímicas.

Foi professor e reitor do Liceu de Rodrigues Lobo e diretor da Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Leiria.
Foi louvado e agraciado pelo Ministério da Educação (1940) e pela Câmara Municipal de Leiria, pela sua profícua atividade intelectual em prol da Arte e da Cultura em geral.
É autor do Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria - 1979 (ver também atualização editada em 2004 pelas ed. Magno).

2012/01/12

LEIRIA da Bela vista



Em jeito de registo do que foi o meu dia, hoje.
Sou toc, o que significa técnico oficial de contas. Por este facto, para além de lidar com o tratamento da informação contabilística e consultoria de gestão de empresas, também posso ser nomeado pelos Tribunais para participar em peritagens que requeiram conhecimentos específicos tendo em vista o completo esclarecimento de factos em julgamento, nas áreas da fiscalidade, da economia e de outras matérias no âmbito da administração das unidades económicas.


Precisamente nestes últimos 50 dias tenho andado envolvido numa dessas peritagens, o que me tem obrigado a uma grande concentração e acréscimo de trabalho, motivos que talvez justifiquem que me tenha abstido de grandes sortidas pela blogosfera, para além dos limites mínimos de modo a não perder o contacto com esta faceta da minha actividade intelectual, lúdica e cultural, que considero absolutamente imprescindível ao bom equilíbrio da minha psique e da minha capacidade de intervenção cívica a que me obriguei desde que me conheço.


Por isso mesmo, hoje, por sinal o dia 12-1-2012, deixo-vos aqui estas duas fotos, tirei-as vinha eu em viagem entre os Pousos e os Lourais/Carvalhinha, em regresso duma missão de trabalho.


O Castelo de Leiria e a zona envolvente ao morro onde o alcandoraram - os Mouros e D. Afonso Henriques e os seus sucessores, muitas peripécias à mistura -, foi fotografado ao cimo da Rua da Belavista, quem desce em S. Romão em direcção ao rio Lis. A verdade é que a vista que se observa daquele local é duma grandiosidade a toda a prova, mítica mesmo, arriscaria. 


Pena é que não se tenha tido a preocupação de naquele preciso local ter sido reservado um miradouro, que o ângulo de visão bem o justificaria!...
@asnunes

2011/12/29

Eça em Leiria, um grafite a evocar "O Crime do Padre Amaro"

Cheguei ao Largo da Sé, em Leiria, descendo a Rua Cónego Sebastião da Costa Brites, aquela calçada que vem do Largo Manuel de Arriaga, ali ao Governo Civil (ex-Governo civil, que agora já não há governadores civis, sei lá), quem vem da zona do Castelo.
Reparo na azáfama dum fotógrafo, às voltas com o melhor ângulo para fotografar a gravura estampada na parede, como se mostra na foto. Arte Grafite, diz-se.
Se se ampliar, pode ler-se a seguinte legenda: "O seu nome era Amaro Vieira". Ficámos por ali um bocado à conversa sobre quem é o autor daquele mural, parece que já o "Correio da Manhã" andou a investigar quem será o artista mistério (actualização: ver vídeo TVI24), que já fez apresentações deste género, mas sempre originais e propositadas, em vários pontos da zona de Leiria. 
Será Leiriense?
Acabámos por chegar à conclusão que até já tínhamos trabalhado na mesma empresa, há muitos anos atrás, falámos imenso sobre máquinas fotográficas, objectivas, lentes, aberturas, velocidades, sensibilidade, tempos passados em que a fotografia era com rolos, etc. etc., trata-se do Filipe, repórter fotográfico profissional, pareceu-me pessoa já muito experiente e activa, falámos do "Diário de Leiria", de Agências de Informação, etc., a primeira página do DL vai trazer hoje, 29 de Dezembro, uma reportagem sobre esta história do artista mistério, acabei por lhe tirar esta foto, os fotógrafos raramente ficam nos "bonecos" está bom de ver, entretanto eu também acabei por tirar uma data de fotografias.
Fiquei com a ideia de que o Eça também estava metido nesta história e lá fui dar mais uma espreitadela no "O Crime do Padre Amaro". E lá está, na pág. 11 da edição da "Lello & Irmão - Editores", não tem a indicação do ano em que foi impresso, mas deve ser dos anos 50/60 do século passado:
"..., o pároco José Miguéis foi definitivamente esquecido.
Dois meses depois soube-se em Leiria que estava nomeado outro pároco. Dizia-se que era um homem muito novo, saído apenas do seminário. O seu nome era Amaro Vieira. ..."
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@asnunes 

2011/09/29

Leiria: a história rocambolesca da Rua Ramalho Ortigão

Por aqui passava a histórica "Estrada das Cortes", a EM 256, agora interrompida com uma rotunda, logo a seguir a Quinta de S. Venâncio, do lado esquerdo e a Quinta de Vale de Lobos, do lado direito. O IC36, como que a voar por cima do Vale do Lis. Vamos lá a ver como é que os Engenheiros implantaram todos aqueles monstruosos pilares em pleno leito de cheias do Lis, uma zona agrícola por excelência, votada ao abandono em troca do "Desenvolvimento"?!


O IC36, em rápido progresso de construção, na zona da estrada das Cortes (melhor, a Estrada de Vale de Lobos), os plátanos vistosos da Quinta de S. Venâncio a emergirem deste monstro de betão e alcatrão, qual serpente ondeante em direcção à localidade de Pousos 
(uma comissão de moradores e proprietários a sentirem-se fortemente lesados em virtude de uma extensa área junto ao cemitério ter sido, pura e simplesmente, esventrada a céu aberto, em vez de se ter utilizado a técnica do túnel, o que levou ao desaproveitamento de muitas terras e à desertificação de mais uma significativa área florestal).  


Este carvalho terá, pelo menos, 300 anos, segundo me informaram moradores desta zona de Leiria. O chão está atapetado com as suas bolotas, que o Outono está a usar como meio para ilustrar a sua pintura na paisagem.
Aqui, neste chão em bruto, qual caminho rural, para os antigos carros de bois, começa/acaba uma rua a que a comissão de toponímia acabou por chamar pomposamente "Rua Ramalho Ortigão". Soube da história que estará na origem desta decisão. Este local, mesmo ao lado da rotunda da 1ª foto, agora  aberta ao tráfego, mas ainda em fase de implementação
(vai permitir que se suba para o tabuleiro do viaduto do IC36 que vem do Telheiro e segue ao lado da Quinta de S. Venâncio, atravessa o rio Lis, continuando pelo Vidigal  e Pousos, para finalmente chegar à extremidade nascente: a A1)
era uma zona habitacional constituída por três casas no interior duma zona florestal 
(à base de Carvalhos, que, entretanto estão a ser derrubados inclementemente
e que, por necessidade de acessos para automóveis, passou a ser servida por um caminho em terra batida. Levantou-se a questão do nome a dar a esse caminho. Pôs-se a hipótese de se lhe dar o nome dum antigo proprietário duma dessas casas, que se chamava Ramalho. Vai daí, não sei se para satisfazer parcialmente essa pretensão, acabaram por atribuir a este caminho o nome de Rua Ramalho Ortigão. Uma atitude bastante imprópria, diga-se, pelo manifesto menosprezo dado à figura do grande escritor, companheiro de tertúlia literária de Eça de Queirós.
Neste momento, dadas as obras em que toda aquela área está envolvida, nem sei bem como é que se está a pensar resolver o traçado dessa rua. 
O que espero é que, pelo menos, alguns carvalhos centenários que terão ainda resistido à força bruta das máquinas de movimentação de terras que tudo arrasam em horas, possam ser preservados. Em conversa com uma senhora já duma certa idade e que mora naquela zona, o "Casal de Vale de Lobos", ela própria se manifestou veementemente a favor do não abate desses carvalhos (Quercus robur, na maioria dos sobreviventes).
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Já aqui abordei o tema desta rua, em tempos em que nem sequer se falava no IC36.
(Pode seguir-se este link)
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Moral desta indigente história: o nome "Ramalho Ortigão" foi atribuído a esta rua (que já nem é nem deixa de ser rua) em "homenagem" a um dos pioneiros daquele "Casal" ou em sinal de deferência para com um grande vulto das nossas Letras?!... 
@as-nunes
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2011/09/12

Fotografar em Leiria

Também estou a experimentar dar a volta à colocação automática de fotos, directamente do Picasa, servindo-me da plataforma da Blogger. Usei um pequeno truque no código html.

Desde há vários anos que uso a plataforma "Picasa" para descarregar fotografias digitais, tratá-las duma forma normalizada, sem grandes possibilidades de fazer alterações mais "artísticas", digamos assim.


Hoje lembrei-me de me iniciar no uso do "Picnik" como programa de tratamento digital da fotografia, associado ao Picasa da Google.
Aqui está o resultado duma primeira experiência, só para tentar perceber até onde é que se pode usar este programa duma forma gratuita.
A conclusão que retiro desta experiência é que não há programa que chegue aos calcanhares do Photoshop.



Já agora: 
Alguém consegue localizar o sítio onde esta fotografia foi tirada recentemente? 
Posso dar uma ajuda: foi em Leiria, no Largo..., ao fundo, na linha do horizonte, a Serra da Maúnça e da Sra. do Monte. Eram para aí umas 9 horas da manhã dum dia de Sol...há uma semana, talvez.
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(12/9/2011-18h00)
Então, aqui deixo a informação que falta:
É uma travessa sem saída 
(há-de ter um dia, que vai dar continuidade à rua que vem da Av. Marquês de Pombal e segue paralela à Av. N. Sra. de Fátima)
 já muito perto do entroncamento da Rua Luís Braille com o acesso à Praça Rotária (mais conhecida pela Rotunda do Mc Donnalds).
@as-nunes
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2011/02/09

Batalha: Collipo - Palácio Randulfo - Casal do Freixo - S. Sebastião do Freixo - Quinta S. Sebastião



Há uns tempos atrás tirei algumas fotografias das actuais edificações ainda em pé, da muito referenciada Quinta de S. Sebastião, na estrada entre o limite da freguesia da Barreira e os lugares de Garruchas e Celeiro, logo a seguir aos lugares de Andreus e Palheirinhos (Barreira-Leiria).
Há muito que é conhecida a ligação da história deste local com a mítica Collipo, uma importante urbe Romana, da qual foram recolhidos alguns vestígios, o mais significativo dos quais será a estátua dum magistrado Romano encontrado nos anos 60 (agora à guarda do MCCB- Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, recentemente inaugurado). E muitos outros, constituídos por moedas antigas, sabe-se lá do paradeiro da maior parte delas,  lajes com inscrições, algumas que foram utilizadas na construção do Castelo de Leiria (1) e, segundo se consta, noutras edificações das redondezas e até simples muros. Julga-se que muitos outros vestígios terão ficado soterrados para sempre já que a estação arqueológica que ali funcionou se encontra completamente desmantelada.
Segundo registos antigos, já no ano de 1142 (primeiro foral de Leiria, concedido por D. Afonso Henriques, em 1.5.1142), se fazia referência a um Palácio Randulfo, que tudo indicia, estivesse localizado, precisamente, nesta mesma referência geográfica.
A áurea de mistério em que ainda se encontra envolta a origem da Quinta de S. Sebastião, merecia um estudo mais aprofundado e da mais alta resolução.
Uma das melhores e mais actuais vias para se obter informações sobre esta Quinta há-de ser o livro "Villa Portela" (2) no qual se pormenoriza, no seu capítulo 3 - Os Henriques d´Azevedo, a forma como esta quinta se encontra intimamente ligada a várias famílias das mais ilustres e representativas de toda a zona de Leiria.
Nesta obra fica-se com a informação de que Manuel Henriques, que nasceu em casal do Freixo (depois Quinta de S. Sebastião) é o parente comum de várias famílias de Leiria, como os Lopes Vieira, os Veríssimo de Azevedo, os Charters d´Azevedo, os Carreira e, por sucessão, de todos os Henriques d´Azevedo.

O local, aqui revisitado, no cimo da colina, com o tempo referenciada com o nome de  S. Sebastião, onde hoje ainda existem algumas edificações habitadas, começou por ser Collipo.
O topónimo deste sítio passou, de acordo com o foral de 1142 e uma inquirição(3) de 1233, a ficar para a história, como Randulfo.
O topónimo «S. Sebastião do Freixo» teve origem na existência, no sítio de «Casal do Freixo» (antigo Palácio Randulfo), duma ermida em honra de S. Sebastião (que tinha boa renda, sendo que esta era recebida pela Fábrica da Sé de Leiria, segundo as célebres "Memórias Paroquiais" da Batalha, de 1758).

Será oportuno deixar aqui um apontamento sobre o  Visconde de S. Sebastião(4)José Maria Henriques d´Azevedo, a quem pertenceu, por herança, a já citada Quinta de S. Sebastião
Este título foi-lhe atribuído por mercê de D. Luís I, em 8 de Agosto de 1872.  
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notas:
(1) ler "Introdução à história do Castelo de Leiria" de Saul Gomes.
(2) ler "Villa Portela", Ricardo Charters d´Azevedo, ed. Gradiva 2007, pág. 73 e seguintes.
(3) Esta inquirição de 1233 refere a existência de uma propriedade da Coroa na região de Leiria, situada em «Palácio Randulfo», sensivelmente onde é hoje S. Sebastião do Freixo.
(4)
a) Existe em Leiria, em sua homenagem,  a  Rua 1º Visconde de S. Sebastião, que liga a actual Av. das Comunidades até ao entroncamento com a Av D. José Alves Correia da Silva;
b) Era proprietário de diversas propriedades nos arredores de Leiria. Destacam-se a Quinta de Vale de Lobos,  localizada na actual Estrada das Cortes, do outro lado a Quinta de S. Venâncio e a Quinta do Lagar de El-Rei, em cujos terrenos se encontram hoje instalados a Prisão-Escola de Leiria, A ESEL- Escola Superior de educação de Leiria e o IPL - Instituto Politécnico de Leiria.
(p. 83 do livro "Villa Portela" já referido em (2))

2010/03/17

LEIRIA - Rua Christiano Cruz

Esta rua localiza-se na área da antiga Azinhaga da Encosta do Castelo de Leiria, junto ao seu Portão Norte. Nesta zona da cidade quase não circula vivalma. A Rua Christiano Cruz é praticamente invisível aos visitantes e mesmo muito dos locais não sabem sequer da sua existência. E é pena porque se reporta a um personagem aqui nascido e cuja biografia é digna de realce e merecia maior destaque na história de Leiria.
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De facto,

Christiano Cruz
 Senhoras à mesa do café, 1919, pintura a óleo sobre cartão, Centro de Arte Moderna, FCG
 Catálogo /Retrospectiva (1892-1951) - Maria Raquel Florentino
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Christiano CRUZ (1892-1951)

Christiano Alfredo Sheppard Cruz nasce em 1892, em Leiria. Morre em 1951, na cidade de Silva Porto, em Angola. 

Autodidacta, o seu único guia artístico era o desenho da imprensa, e contou com um ambiente pró-republicano no seio familiar, que o preparou para a sátira anti-monárquica e para a crítica social. Posteriormente, distancia-se dela operando uma verdadeira ruptura estética dentro da caricatura.

Ficou conhecido como um “romancista do traço”. Colocava as suas faculdades ao serviço da Ideia e criou aquela que ficou designada como “caricatura impessoal”. Esta pretendia afastar-se da ênfase meramente política, usando o humor como filosofia e atacando os costumes de uma identidade social portuguesa, que conhecia como mesquinha, provinciana e castradora. Sentia uma verdadeira obrigação de educar o povo através da arte, sabendo que a resolução da crise não se situava meramente na esfera política mas numa questão de filosofia existencial, de mentalidades. Dentro da caricatura política, tinha admiração apenas por Rafael Bordalo Pinheiro, fazendo os possíveis para se distanciar e criticar todos os seguidores do mestre. “Não façamos crítica, façamos Arte!”, ficou conhecida como uma das grandes máximas, assim como a sua guerra aos “bota-de-elástico”.

Estes pressupostos correspondem à sua primeira fase, que vai de 1909 até cerca de 1913, considerada como a fase de estilização, em que se liberta dos barroquismos iniciais e desenvolve um traço por vezes quase abstracto. Um novo código de humor só podia ser servido por um novo código plástico e pela criação de uma nova forma de percepção que fosse mais rápida. Era nesta lógica que construía as suas personagens ultra-sintéticas, que se aproximam do moderno cartoon. Neste período, é considerado um verdadeiro “mago da ironia”, e defende que a melhor forma de atingir os seus objectivos é não atacar os indivíduos mas as situações, articulando de uma forma coerente título e legenda.

Em 1910, muda-se para Lisboa, onde irá prosseguir estudos em Medicina Veterinária, juntando-se a Stuart de Carvalhais, Jorge Barradas, Pacheko, António Soares e Almada Negreiros, com quem funda a Sociedade dos Humoristas Portugueses.

Na segunda fase, a partir de 1913, o traço evolui para um certo expressionismo, próximo da corrente austríaca do mesmo período, nomeadamente Schiele e Kokoschka. Afasta-se dos humoristas, embora continue a apresentar-se nas exposições dos modernistas.

Na terceira fase, afasta-se da caricatura e envereda pela pintura. Senhoras à Mesa de Café, de 1919, revela a face de um mundanismo que criticava, num jogo de sedução e crueldade. A violência do tratamento do suporte, a definição brutal dos contornos das figuras e o cinismo que transmitem entram em consonância com as cores frias aplicadas no vestuário, que, por sua vez, contrasta com o vermelho dos lábios, concedendo-nos a ilusão da vida nocturna e de todos os seus cenários de engano. As regras da representação tornam-se instáveis nos ângulos agudos e oblíquos, como se verifica na mesa e nos elegantes copos. Retoma aqui o tema mítico do eterno feminino cruel, nas poses refinadas destas mulheres, com frios objectos de ourivesaria, em atitudes de conspiração e intriga. A mão de uma das personagens assemelha-se a uma pistola, tornando-a cúmplice de crimes premeditados, que se festejam com sorrisos maliciosos. Esta pintura é uma das últimas que realizará.

Em 1916 é incorporado no exército e, no ano seguinte, no Corpo Expedicionário Português, para combater na Primeira Guerra Mundial. Neste período, até à altura do Armistício, em 1918, quando regressa a Portugal, realiza uma série de croquis que relatam cenas de guerra(*), tratados com uma espontaneidade instantânea, como se fossem feitos por um repórter de guerra.

Em 1919, inicia-se uma outra fase: parte para Lourenço Marques, Moçambique, começa aí a sua retirada do meio artístico e exerce a sua profissão de médico veterinário. Este abandono definitivo da carreira artística, que ficou de certa forma mitificado, revela uma atitude que não deixará de se revestir de uma consciência moderna, de um desencantado niilismo.
CARLA MENDES
In
http://www.camjap.gulbenkian.pt/l1/ar%7BD2B27546-03B0-4185-A5F8-0B5ACC3E203C%7D/c%7B342aa3de-ff90-4fdc-9aa3-0f1d507b3275%7D/m1/T1.aspx
(*) Ver: Rodrigues, António, 1956-2008-  Christiano Cruz - Cenas de Guerra
» Consultar também, Gonçalves, Alda - Toponímia de Leiria - 2005, JFL (pág. 141)

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2009/05/27

Tulipeiro - Árvore-do-ponto, em Leiria

Pelo que tenho vindo a observar, a Câmara Municipal de Leiria, tem andado numa grande azáfama, a colocar placas identificativas das árvores mais típicas, em toda a cidade. Uma excelente medida. Assim os habitantes da cidade as preservem e nelas reparem...


Não resisti a ficar off até Sábado. Encontrei, finalmente, uma árvore que já procurava em Leiria, há que tempos. O Tulipeiro ou Árvore-do-ponto, como os estudantes de Coimbra a conheciam em tempos idos. Talvez que ainda hoje a olhem para se concentrarem nos exames...
Está plantada na Rua da Assunção, a caminho do ISLA em S. Romão. Perto desta, observei a existência de mais uma. Talvez mais...
Sabem porque é que esta árvore também é conhecida por árvore do ponto? Muito simplesmente porque floresce por alturas dos exames Universitários. E esse tempo está próximo!...

A ver se não me esqueço de a fotografar quando em flor!...

Bons exames, Snrs(as) Doutores!...
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(mais...)
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2009/01/04

2009 - Que perspectivas?


Utilizei 3 fotos que tinha previamente seleccionado no Picasa (programa de fotos da Google), sobrepondo 3 aspectos interessantes de Leiria, destacando: O Largo do Gato Preto, assim conhecido de há umas décadas a esta parte, por nele ter começado a funcionar uma pensão e café/snack bar, que passou a ser uma das referências mais características do centro de Leiria, até aos tempos actuais. Depois de alguns anos inactivo, este café/snack está de novo em funcionamento e com muito bom gosto. Só precisa de recuperar o nome que já teve, o que, como se sabe, não é tarefa fácil. A actividade de restauração no centro das cidades como Leiria está muito aguerrida comercialmente. Mas o café/snack-bar "Gato Preto" tem um lindo e histórico nome a defender. Estou em crer que a actual gerência vai conseguir essa tarefa gigantesca que é recolocar esse estabelecimento na rota turística de Leiria, que já teve e a que continua a ter pleno direito.
Por sinal, até passo todos os dias por este local. Sei o que estou a dizer...
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