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2007/11/17

Espaços e memórias da Estremadura



16-11-2007 - José Travaços Santos, um vulto da Cultura, não só regional mas até nacional, um dos homens que mais conhece dos meandros (de toda a ordem) do Mosteiro da Batalha, no decorrer da apresentação do seu livro, "Etnografia da Alta Estremadura - breve introdução", na sede do "Rancho Rosas do Lena", ne Rebolaria - Batalha, perante uma numerosa e entusiasmada assistência, entre a qual se contavam vários membros do Movimento Elista Internacional(*), de Portugal e do Brasil, nomeadamente os Presidentes do Elos de Leiria, Dr. Arménio de Vasconcelos, o Vice-Presidente Intercontinental, Dr. António Abraços, membros do Elos de Lisboa. Na mesa estavam: Adélio Amaro, editor e jornalista, Prof. Dr. Saul Gomes, Director Científico da colecção que integra o livro ora apresentado, Dr. António Lucas, Presidente da Câmara Municipal de Batalha, Mário Matias, Presidente da Fundação da caixa Agrícola de Leiria e Dr. Joaquim Ruivo, Presidente da Direcção do CEPAE - Centro do Património da Estremadura.
José Travaços Santos tem sido, durante toda a sua já longa vida, um lutador incansável pela fidelidade ao rigor da Língua Portuguesa. Sempre que tem ensejo para se manifestar assim se declara. Um seu desabafo me ficou retido na alma: estão aqui presentes alguns nossos irmãos Brasileiros que, talvez melhor que nós próprios, compreendam o alcance do meu sentimento de revolta quando noto, em todo o lado, a todo o momento, as infelizes manifestações dos próprios portugueses, com a introdução e uso frequente de palavras de origem inglesa, no vocabulário do dia a dia.(não sic) Já conhecíamos de, pelo menos, há 500 anos, o que era um povo ser colonizado por outro. Mas um povo, como o português estar a colonizar-se a ele próprio?! Isto é uma Vergonha Nacional!
Aplaudo, concordo e Subscrevo integralmente esta ideia. A Língua Lusíada é falada em todos os Continentes. Somos muitos milhões e devemos ter orgulho na nossa História e Património Linguístico, Etnográfico e demais.
Vamos todos dar as mãos e lutar verdadeiramente pela difusão da Cultura Lusíada?
Ouviram a reacção do Snr. Bush, lá pela América do Norte, quando se insurgiu contra a ideia de se investir no ensino da Língua Portuguesa?! Contra o poder incomensurável dos Americanos não há nada a fazer, dirão muitos de nós! A verdade, porém, é que uma Cultura não se apaga com uns dólares a mais ou a menos no Orçamento dos Estados Unidos!... como a História recente o tem demonstrado à saciedade.
18-11-2007
Uma outra ideia fortemente defendida por Travaços Santos tem a ver com a actual Divisão das regiões administrativas. Aproveita para criticar asperamente a divisão da Estremadura, transferindo a parte histórica do seu Norte (cuja fronteira deveria ser a zona de Pombal), passando a designar toda esta região como Beira Litoral, quando, bastaria verificar que, no concernente à etnografia, por exemplo, esta e outras sugestões mais recentes de regionalização despedaçarama, pura e simplesmente, as áreas que, nesse aspecto, tinham motivos comuns e laços seculares. Deveríamos assim, considerar, que a Beira Litoral e a zona mais a Sul, incluindo pelo menos a zona a Norte de Lisboa, deveriam estar integradas numa mesma região, a da "Estremadura". E finaliza a sua ideia, resultante de aturadas investigações e da sua própria vivência ao longo de várias décadas a acompanhar o movimento do folclore nos vários espaços portugueses:
"No entanto, e não obstante, podermos atribuir à Estremadura três espaços folclóricos - Alta Estremadura (Leiria como capital), Estremadura saloia, Estremadura transtagana - há na nossa província uma certa unidade que nos fez crer numa raiz numa raiz comum que manteve a vitalidade até aos nossos dias."
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nota: A ilustração da capa do livro foi feita a partir de uma fotografia tirada em 1938, na casa do Dr. Afonso Lopes Vieira, em S. Pedro de Muel, pelo pai do autor. Três gerações de mulheres batalhenses integradas na comitiva que foi homenagear o Poeta, filho adoptivo da Batalha.
post terminado em 18-11-2007

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