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2012/11/09

Nunca terá sido tão importante gostarmos muito de Portugal como na atualidade!...

 

in YouTube
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Portugal


Eu tenho vinte e dois anos e tu às vezes fazes-me

sentir como se tivesse oitocentos

Que culpa tive eu que D. Sebastião fosse combater os

infiéis ao norte de África

só porque não podia combater a doença que lhe

atacava os órgãos genitais

e nunca mais voltasse

Quase chego a pensar que é tudo mentira que o

Infante D. Henrique foi uma invenção do Walt Disney

e o Nuno Álvares Pereira uma reles imitação do Príncipe Valente

Portugal

Não imaginas o tesão que sinto quando ouço o hino

nacional

(que os meus egrégios avós me perdoem)

Ontem estive a jogar póker com o velho do Restelo

Anda na consulta externa do Júlio de Matos

Deram-lhe uns electro-choques e está a recuperar

àparte o facto de agora me tentar convencer que nos

espera um futuro de rosas

Portugal

Um dia fechei-me no Mosteiro dos Jerónimos a ver

se contraía a febre do Império

mas a única coisa que consegui apanhar foi um

resfriado

Virei a Torre do Tombo do avesso sem lograr encontrar

uma pétala que fosse

das rosas que Gil Eanes trouxe do Bojador

Portugal

Se tivesse dinheiro comprava um Império e dava-to

Juro que era capaz de fazer isso só para te ver sorrir

Portugal

Vou contar-te uma coisa que nunca contei a ninguém

Sabes

Estou loucamente apaixonado por ti

Pergunto a mim mesmo

Como me pude apaixonar por um velho decrépito e

idiota como tu

mas que tem o coração doce ainda mais doce que os

pastéis de Tentugal

e o corpo cheio de pontos negros para poder

espremer à minha vontade

Portugal estás a ouvir-me?

Eu nasci em mil novecentos e cinquenta e sete Salazar

estava no poder nada de ressentimentos

o meu irmão esteve na guerra tenho amigos que

emigraram nada de ressentimentos

um dia bebi vinagre nada de ressentimentos

Portugal depois de ter salvo inúmeras vezes os

Lusíadas a nado na piscina municipal de Braga

ia agora propôr-te um projecto eminentemente

nacional

Que fôssemos todos a Ceuta à procura do olho que

Camões lá deixou

Portugal

Sabes de que cor são os meus olhos?

São castanhos como os da minha mãe

Portugal

gostava de te beijar muito apaixonadamente

na boca.

Jorge de Sousa Braga

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2012/09/08

Governo liquidatário de Portugal


Da época áurea dos Descobrimentos Marítimos até aos nossos dias! …

À medida que aumentava a fortuna do rei D. Manuel, também ia aumentando o tamanho da sua corte. Esta engrossou com centenas de colaboradores recrutados com direito a pensão e salários fixos. Boa parte do campo, cada vez mais despovoado, encontrava-se em pousio. A maioria dos alimentos era importada.
Do mesmo modo que os portugueses, enquanto católicos, consideravam que roubar e pilhar muçulmanos, longe de ser imoral, agradava a Deus, também surgiu, no Norte da Europa, um princípio protestante, segundo o qual os actos de pirataria contra os barcos dos católicos portugueses era um empreendimento que contava com a benção divina. Corsários vindos dos portos do Oeste de França, capturaram, durante o reinado de D. João III, mais de 300 barcos portugueses carregados de especiarias que vinham da Índia, quando navegavam no regresso na zona dos Açores, na encruzilhada entre o Atlântico Norte e Sul.
As especiarias e pedras preciosas obtidas pelo roubo acabavam por ser vendidas em concorrência desleal, o que levou os preços a baixarem drasticamente, em prejuízo dos portugueses.

Já nesta altura o Estado era obrigado a aguentar a despesa de uma marinha mal dimensionada enquanto os lucros ficavam quase empre nas mãos dos privados.
Os ricos tinham sido isentos de impostos pelo rei D. Manuel.

D. João III, como já não podia cobrar impostos a quem ainda tinha alguma capacidade financeira para tal, começou a vender títulos do tesouro no mercado financeiro de Antuérpia, sendo os juros liquidados através da emissão de novos títulos.
O rating de crédito de Portugal caiu de tal maneira que os banqueiros, em Antuérpia, exigiram uma taxa de juro de 25% ao ano. Quando D. João III morreu, em 1575, os títulos portugueses do tesouro começaram a mudar de mão até 5% do seu valor facial.

E assim terá começado a nossa desgraça. Passámos em pouco mais de um século de uma potência das mais ricas do planeta para uma situação em que ficámos nas mãos dos agiotas da alta finança internacional. A tal que enriqueceu à custa da pirataria sobre os nossos barcos de transporte de especiarias e pérolas. 
Diga-se, outrossim, que muitas dessas mercadorias a bordo dos nossos barcos que vinham da Índia, eram produto de saques a barcos e cidades muçulmanas localizadas na zona do Índico Ocidental.

Depois do desabar estrondoso do sonho megalámano de D. Sebastião, Portugal ficou completamente na penúria.

Seguiu-se o domínio dos Filipes de Espanha e consequentes tropelias e erros grosseiros de governação.

E assim fomos andando até chegarmos aos dias de hoje …

Os senhores da Alta Finança Internacional a mandarem em Portugal por intermédio do Governo de Gestão de Pedro Passos Coelho

E o resultado de todos os desmandos sobre o povo de Portugal é o que está à vista! …

Portugal, que foi o berço da primeira aldeia global, um povo que mudou o mundo, está resumido a este mísero Estado, que se limita a tentar salvar a pele dos ricos à custa do sacrifício crescente do Povo Trabalhador! 

(E saber que D. Dinis, que tão intimamente está ligado ao Castelo de Leiria, tanto se esforçou para dotar Portugal de um dos maiores e bem administrados pinhais da Europa, com cuja madeira se construíram as primeiras caravelas usadas pelos portugueses nas navegações por todo o mundo!)

Portugal, que Futuro? ...


 bibliografia:
- A primeira aldeia global: como Portugal mudou o mundo
Martin Page - ed. casa das letras -2012
@as-nunes

Ler abaixo "Discurso simplesmente vergonhoso!!!!!"

2012/09/05

Acordai ! ...

 Na margem direita do rio Lis
Na margem esquerda do rio Lis

Hoje à tarde, no marachão do rio Lis ... em Leiria.

Estavam uns 34 graus centígrados bem medidos, mesmo ao fresco da margem do rio e à sombra dos plátanos. Não corria uma aragem que fosse. 

A solução para os nossos problemas financeiros não se pode resumir a uma boa sesta. 
Acordemos! 
O snr. PM/ppc ainda hoje voltou a dizer que não podemos descansar, que não pode prometer nada, quem sabe não teremos que pagar mais impostos (ai vai vai, essa história de menos escalões do IRS é para quê?), etc etc, ao mesmo tempo a aproveitar para mandar uns recadinhos para o paulinho das feiras, então e os feirantes vão também ter que emitir faturas via internet em tempo real? lá se vai a popularidade por água abaixo, não acordem o snr que está ferradinho no sono 
(ou anestesia de ministro dos negócios estrangeiros?!)
... de consciência tranquila (?!?)... 

2012/06/08

COMO PORTUGAL MUDOU O MUNDO


Comecei hoje a ler o livro:


A PRIMEIRA ALDEIA GLOBAL
COMO PORTUGAL MUDOU O MUNDO
de
Martin Page
Ed. casadasletras - 9ª ed. 2012


Estou entusiasmado. Como eu gostaria que Martin Page tivesse razão!...


Será que vou ficar com uma perspetiva nova sobre Portugal, o meu país, um país fascinante? Agora? neste momento tão dramático e com Portugal governado por aprendizes de feiticeiro?
Ou com sofismas, a entreterem-nos com rebuçados de "meio tostão", ao mesmo tempo que fazem desaparecer milhões de Euros como por artes mágicas? 


pp 33


(...)
O grande papel dos portugueses não foi, pois, o de conquistadores, muito menos o de conquistados, mas antes o de um povo pivô, uma espécie de conduta através da qual as ideias, o conhecimento e as tecnologias se transmitiram à Europa e ao mundo.
(...)

Será que Martin Page é simplesmente um lírico?...
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É que, entretanto... também temos olhos para ouvir (*) e cabeça para pensar!
Mudámos o mundo, sem dúvida! E na atualidade, o que somos?!...
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(*) O Bispo das Forças Armadas disse ainda que ficou com vontade de apelar ao povo para que saia à rua para fazer a democracia, perante um Governo que, na sua opinião, fala do povo português como um «povo amestrado» que «devia estar no Jardim Zoológico».
@as-nunes

2011/03/06

Angola: A Rainha Ginga e a origem duma grande Nação

Movido pela curiosidade de aprender algo mais sobre Angola, as origens da sua constituição como Nação, desde a chegada dos portugueses, decidi comprar o livro de Manuel Ricardo Miranda, GINGA - Rainha de Angola. A verdade é que nós, portugueses, na sua maioria, o que retivemos na nossa memória de estudantes relativamente às chamadas Províncias Ultramarinas, ou seja às colónias que fomos constituindo nos vários pontos do globo, à medida que as nossas caravelas iam progredindo ao longo da costa africana, a partir do século XV, resumia-se aos seus nomes, à sua localização, principais cidades, área geográfica, riquezas naturais, povos nativos e pouco mais.
Foi assim que, finalmente, me debrucei, mais afincadamente, sobre a forma como surgiu o nome Angola.


Dá-se também o caso de que está na ordem do dia falar-se do Dia Mundial da Mulher (ainda que, pelo calendário, só se comemora oficialmente, no próximo dia 8). Decidi-me a escolher como referência, precisamente, o nome da mulher que terá dado origem ao nome desta grande nação africana, resultado de muitas intrigas, muitas lutas e morticínios, inicialmente em resultado do maior negócio do século, que era o tráfico de escravos para seguirem para as roças Brasileiras.


Foi no século XVI que Portugal começou a incrementar as suas relações comerciais com África. Já em pleno século XVII, outros países europeus, particularmente os holandeses, autênticos piratas em busca de tesouros desprotegidos, começaram a cobiçar as riquezas naturais e os lucros fabulosos resultantes do comércio de escravos, que passaram a orientar-se, não só para o Brasil, mas também para S. Tomé e Príncipe e para as Antilhas, espalhando-se até à America do Norte.


Em Cabassa, Angola, nasce em 1582, Nzinga Mbandi Ngola, que os portugueses mais tarde ficaram a conhecer como Rainha Ginga.
Rezam as crónicas que esta mulher tinha uma personalidade extraordinariamente forte e que era dotada de grande beleza.
No decorrer da primeira das suas acções diplomáticas junto do Governador português de Angola, João Correia de Sousa, permaneceu algum tempo em Luanda, tendo aceitado baptizar-se com o nome de Ana de Sousa. 
Pelo que aprendi (na wikipédia já existe muita informação), muito se podia escrever acerca do intrincado percurso da sua vida, no entanto podemos sintetizá-la, classificando Nzinda  (Ginga, para os portugueses) como tendo sido, na sua época, a mulher mais poderosa de toda a África.(1)
Ou, muito simplesmente, como refere o autor do livro que indiquei acima:
"Com uma visão notável de estadista para a época, a sua figura está ligada à génese dos movimentos nacionalistas angolanos, da luta de resistência à ocupação do território e, sobretudo, ao tráfico de escravos."


Por isso mesmo, o Governo de Angola, independente, mandou erigir-lhe uma estátua em Luanda, para perpetuar a sua memória e o alcance nacionalista da sua acção como estadista e estratega militar.


Morreu em 1663 com 81 anos. O autor do livro que me serviu de guia escreve que a data do seu nascimento terá sido em 1581. No entanto, pelo que se consegue ler na placa identificativa da sua estátua em Luanda, nasceu em 1582.


(Gravura de Nzinda, acima apresentada, é uma reprodução da Rélation Historique de l'Ethiopie Occidentale, do P. Labat – Paris, 1732)
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(1) http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190253POR.pdf
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Este link permite-nos consultar, em português, uma vasta literatura sobre a História da África desde a pré-história até aos nossos dias, em 8 volumes.
Mais precisamente, na página 662 de
HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA •
Vol. V
África do século XVI ao XVIII 
podem obter-se informações pormenorizadas e de excepcional rigor relacionadas com o tema desta entrada.
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A pág. 315 e 316 também se podem ler dados muito interessantes acerca da actuação dos portugueses na costa ocidental africana, desde a Madeira, passando por Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe até à zona do Senegal, ou antes da Senegâmbia, na altura, as bacias dos rios Senegal e Gâmbia.
      actualidade Angolana           
NB.: 
acerca da possibilidade de manifestações em Luanda convocadas pela via da moda: o Facebook.

Será que esta forma de convocação das massas populares para a manifestação nas  ruas e praças das cidades é só uma moda, ou algo de mais urgente e de ruptura social está em causa?
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2010/11/04

Somos um Povo que quer VIVER!...



Aqui é Portugal, Leiria.
E em Portugal vive um povo
que tem direito
a uma vida digna.
Um povo com muitos séculos.
Um povo com história, muita!


Vale a pena lutar
para que estas imagens
que nos alegram o olhar
continuem a ser nossas.
Não podemos defraudar
os nossos avós.
Foram eles que nos deixaram
este legado, de vida, de liberdade.
Que lutaram até à exaustão,
até à morte
para que estes olhares
fossem nossos.


Temos que ganhar coragem
para enfrentar esta crise
medonha, peçonhenta,
que num repente nos entrou
alma dentro, qual ferrete em brasa
como se estivéssemos a sair
duma anestesia total
a que temos estado sujeitos
ao longo de anos e anos
sem conta, sem medida.


Quem nos andou a enganar?
Sócrates?! E os outros Governos?!
Foram todos os Deputados
Ministros das Finanças
Presidentes da República
que durante todos estes anos
de deixa-andar, o Estado paga
não se assumiram com a coragem
que era necessária
para pôr ordem nas Contas Públicas!


Os senhores da UE também
nós próprios, em roda-livre,
que nos deixámos convencer
que o Futuro seria luminoso
um mar de Euros
para consumir até mais não!


Aí está à vista de todos nós!
Orçamento do Estado finalmente
a reflectir a desgraça em que este País
de nome Portugal está a cair,
a culpa é de todos nós,
também da conjuntura internacional,
da máquina implacável da agiotagem global,
sempre à espreita dos mais débeis,
quais abutres nos seus voos sinistramente circulares,
a lamberem as beiçolas
na antevisão de poderem degolar mais uma vítima
(que representa 10.000.000 de seres humanos).


Nós que somos parte integrante dum sistema monetário
que era suposto ser capaz de afastar os especuladores financeiros
que nos querem sugar
o sangue, suor e lágrimas
com que este País
foi edificado
ao longo de séculos!...


...
Pode ser que AMANHÃ seja OUTRO DIA!...
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2010/02/07

Leiria e as crises cíclicas

Os tempos que correm são de grande perturbação social como consequência da persistente crise económica e financeira em que o Mundo mergulhou desde 2008, particularmente.
No que ao nosso país diz respeito, vivem-se momentos de grande incerteza no Futuro de Portugal. O Partido Socialista, após 4 anos de Governo apoiado numa maioria absoluta, não conseguiu, nas Eleições de 2009, mais que uma maioria relativa no Parlamento.
A Dívida pública e o Deficit Orçamental estão a obrigar a que se tomem medidas cada vez mais drásticas e anti-populares.
Quando se imporia que os políticos unissem esforços no sentido da desejada e imprescindível recuperação da Economia e das Finanças Portuguesas, eis que, diariamente, somos confrontados com informações contraditórias que geram mais e mais confusão e uma grande balbúrdia.
E nós, “O Zé”, repetindo-se a história de todas as épocas, cá vamos continuando a ser o bombo da festa.
___

Dá-se, entretanto, o caso de que, em Leiria, teve lugar no passado dia 30, sob os auspícios da ODA, Associação defensora do Centro Histórico de Leiria e da Junta de Freguesia desta cidade, um debate seguido da abertura duma exposição sob o tema “comércio tradicional no centro histórico de Leiria – início do séc. XX ao início do séc. XXI”. Esta exposição foi apresentada por Fernando Rodrigues, coleccionador Leiriense essencialmente dedicado às questões relacionadas com as actividades económicas de Leiria.
Foi assim que tive acesso à carta abaixo reproduzida (1) .

Nesta sequência, procedi a uma investigação tendo em vista relacionar o tom melodramático deste texto de 1924 com a situação política, económica e social que se viveria nessa época em Portugal. Estávamos em plena agonia da I República e o debate que a desgastou até ao extremo, foi - pasme-se – entre os defensores do regime de monopólio (2) ou de livre iniciativa no que respeita ao exercício da indústria tabaqueira. Já nessa altura, as forças políticas propagandeavam como bandeiras de actuação: reforma fiscal, programa de fomento, autonomia administrativa e financeira das Ilhas Atlânticas, equilíbrio de classes, desenvolvimento da província (3).

Consultando o livro “100 Anos – 1902-2002” editado pela “ACILIS – Associação Comercial e Industrial de Leiria, Batalha e Porto de Mós” pode ler-se uma justificação para o conteúdo e estilo da carta a que se está a referir:
Em Novembro de 1923, encontrámos um veemente protesto dos comerciantes. A Voz do Povo refere que já há algum tempo se notava que companhias industriais, sobretudo de 
Lisboa, adoptavam oprocesso irritante e vexatório de exigirem o pagamento dos produtos das suas fábricas no momento que o comércio da província” fazia as suas requisições. Como tal, a mercadoria era entregue um ou dois meses depois de paga.
A notícia dizia que “aqueles senhores nababos para quem o comércio da província é apenas um farrapo” tinham por isso, sempre milhares de contos e podiam ter lucros fantásticos, empregando-os.”

.(clic na imagem para ampliar)
(1) Com autorização do dono do documento original
(2) Tema insistentemente abordado no decorrer do IV Congresso Nacionalista de Março de 1926.
(3) Província entendida como as regiões geograficamente afastadas de Lisboa.

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2010/02/02

REPÚBLICA: a luta pelas Bandeiras




A escolha da Bandeira para simbolizar a Unidade Nacional em torno do ideário Republicano do 5 de Outubro de 1910 assumiu contornos bastante controversos em que intervieram personalidades do mais alto gabarito e que, mesmo assim, não se resumiu a uma questão meramente académica ou literária.
Nesta querela envolveram-se poetas como Guerra Junqueiro, Afonso Lopes Vieira, Bernardo de Passos, Alexandre Fontes e outros ilustres homens de letras, professores universitários, ideólogos e jornalistas com arreganhos de polémicas furiosas (Bruno, Lopes de Mendonça, Abel Botelho, Teófilo Braga, etc.), políticos (Machado Santos) e artistas apolíticos como Columbano.
A polémica que mais se popularizou foi a que se travou entre Junqueiro, em defesa das cores azul e branca e Teófilo a favor do conjunto verde-rubro.

Esta questão que, aparentemente, se poderia apresentar como uma simples guerra do alecrim e da manjerona, acabou por se enredar em infinitas argumentações, tendo prevalecido a ideia mítico-simbólica do verde-rubro, de conformidade com a deliberação da comissão oficial da nova bandeira da República Portuguesa composta por cinco vogais. O relatório desta deliberação foi confiado ao general Abel Acácio, também conhecido por Abel Botelho.
Este relatório é merecedor duma leitura atenta já que é neste documento que se justificam as razões da escolha do bicromatismo verde-rubro e se faz o apelo para uma interpretação ideológica e psicológica da Bandeira que viria a ficar até ao presente como o símbolo de Portugal como Nação Republicana. Neste relatório ficaram registadas as justificações das escolhas dos símbolos que compõem toda a bandeira. Foi aprovado por unanimidade em reunião de 15 de Novembro de 1910.

Em muitas ocasiões mais controversas levantou-se a pertinente questão de se não ter feito um plebiscito popular para se escolher a Bandeira da República Portuguesa.

Este ano de 2010 decorrem as comemorações do Centenário da República, durante as quais se vão gastar 50 milhões de Euros. Dado o actual estado precário das contas Públicas do Estado Português não se devia ter optado por um programa comemorativo menos dispendioso? Penso que sim. Até porque é dos parcos haveres de cada Português que sai a colecta para fazer face a estas comemorações que a todos nós dizem directamente respeito...

Apesar de tudo, VIVA A REPÚBLICA!

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Para mais e mais profundos estudos sobre este tema pode ler-se o Vol. X da "História de Portugal - Dos tempos Pré-Históricos aos nossos dias", Coordenação de João Medina, ediclube, págs. 164 e outras.

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