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2013/05/27

retrato à pena de uma mulher sentada


desenho de jorge pinheiro

na minha mesa está pousado este
retrato à pena de uma mulher sentada.
a sua face rural e melancólica
debruça-se equânime como a fitar por dentro

as figuras de sombra no côncavo das vagas,
ou, citereia de trazer por casa,
sabe de mim, medita intimamente
as coisas certas sobre o meu trabalho.

não pergunto do olhar, nem do sorriso, nem da
serenidade. sei que é tudo inferior e devaneia
por artes da memória e de sibila, fixando uma ou outra
passagem dos sonhos e do indizível,

junto à janela quando escuta
as ressonâncias que chegam justamente ao
tampo da mesa e entram ou não entram
inquietas no papel.

Vasco Graça Moura
50 anos de atividade literária
(Não ao NAO, diz
Sim, mas, digo eu...)

@as-nunes

2012/11/29

Conhecem o "piritóritári"?



 A minha neta Carolina, 5 anos, entrou no carro, na companhia da avó. Fomos buscá-la à escola, que esta semana é por nossa conta. Uma semana nós, outra semana a avó Lucília.

Vinha toda entusiasmada porque levámos connosco a Tina, uma cadelita muito meiga e mexida, que se saracoteia toda quando lhe dão mimos. As duas são muito amigas.
Também trazia na mão um desenho que fez na escola e que me  mostrou, na expectativa de eu lhe dizer da minha avaliação. Habitualmente sou o seu crítico de arte, de modo que ela fica logo à espera de poder trocar umas impressões comigo.
E disse, muito segura:
Na parte superior:
- mala que dá luz;
- pássaro que brilha:
- carrinho com a rena, a voar no céu;
- Pai natal (falta acabar);
- também faltam mais renas;
Na parte de baixo:
- árvore de Natal;
- carro-cavalo, com chapéu
(Mas, atenção, do carro só contam as rodas, o resto é mesmo o cavalo e com chapéu); a completar este conjunto há dois elementos que são também muito importantes: uma bomba de ar para encher os pneus do carro e uma “coisa” necessária para este equipamento andar rápido;
- animal do Natal chamado “piritóritári”;
- cama que manda para o céu a pessoa que lá dorme e que se chama Kika;
- A Carolina com um vestido muito colorido, que assim é que é bonito; também tem cinto.

E pronto. Perguntei-lhe se me deixava pôr este desenho na internet. Que não, que queria levar a folha com o desenho para casa, para acabar o que faltava.
Tirei logo ali uma fotografia do desenho e mostrei-lho no lcd da máquina. Está bem, isso podes pôr na internet.
Jc tm

2011/11/04

Um desenho da minha neta Carolina

4 anitos. Jardim infantil. Adora lá andar. O desenho é uma forma natural de se expressar. É vê-la a gastar-me as folhas A4 que uso para imprimir trabalhos na impressora digital. Já desisti de lhe recomendar que não me gaste tanto papel. Com o seu ar matreiro e bonito convence-me sempre e não precisa de se aplicar muito.


Este desenho representa a avó Zaida, está tudo dito.
Também desenha o avô Tó, sem esquecer que tem de realçar o pormenor da careca.


Parece-me que tem mãos para o desenho, a cachopa. Às tantas sai à mãe, que é Designer e até já fez umas incursões pela pintura.
Porque não pintas mais telas, Ana?!...
@as-nunes

2011/07/26

A Carolina, futura artista plástica?

(clic para ampliar - vale a pena)

Tem a quem sair.


O pai (o Bruno, meu filho) tinha muita imaginação que revelava, em criança, através do desenho, hoje em dia, através da programação de jogos de computador.


A mãe (Ana Catarina Dâmaso) , excelente pintora (exageradamente recatada, talvez), ao mesmo tempo designer de cerâmica de reconhecida qualidade.
-
Ah, já me passava da ideia referir-me ao contexto em que este desenho aqui veio parar:


Estávamos os dois, eu e a Carolina, agora que está de férias do infantário, no meu escritório, em secretárias separadas.

- Toma lá, é p´ra ti!

E lá foi espairecer um bocado, a brincar com os gatos..a Ema e o Ivo.



@as-nunes
Posted by Picasa

2010/03/17

LEIRIA - Rua Christiano Cruz

Esta rua localiza-se na área da antiga Azinhaga da Encosta do Castelo de Leiria, junto ao seu Portão Norte. Nesta zona da cidade quase não circula vivalma. A Rua Christiano Cruz é praticamente invisível aos visitantes e mesmo muito dos locais não sabem sequer da sua existência. E é pena porque se reporta a um personagem aqui nascido e cuja biografia é digna de realce e merecia maior destaque na história de Leiria.
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De facto,

Christiano Cruz
 Senhoras à mesa do café, 1919, pintura a óleo sobre cartão, Centro de Arte Moderna, FCG
 Catálogo /Retrospectiva (1892-1951) - Maria Raquel Florentino
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Christiano CRUZ (1892-1951)

Christiano Alfredo Sheppard Cruz nasce em 1892, em Leiria. Morre em 1951, na cidade de Silva Porto, em Angola. 

Autodidacta, o seu único guia artístico era o desenho da imprensa, e contou com um ambiente pró-republicano no seio familiar, que o preparou para a sátira anti-monárquica e para a crítica social. Posteriormente, distancia-se dela operando uma verdadeira ruptura estética dentro da caricatura.

Ficou conhecido como um “romancista do traço”. Colocava as suas faculdades ao serviço da Ideia e criou aquela que ficou designada como “caricatura impessoal”. Esta pretendia afastar-se da ênfase meramente política, usando o humor como filosofia e atacando os costumes de uma identidade social portuguesa, que conhecia como mesquinha, provinciana e castradora. Sentia uma verdadeira obrigação de educar o povo através da arte, sabendo que a resolução da crise não se situava meramente na esfera política mas numa questão de filosofia existencial, de mentalidades. Dentro da caricatura política, tinha admiração apenas por Rafael Bordalo Pinheiro, fazendo os possíveis para se distanciar e criticar todos os seguidores do mestre. “Não façamos crítica, façamos Arte!”, ficou conhecida como uma das grandes máximas, assim como a sua guerra aos “bota-de-elástico”.

Estes pressupostos correspondem à sua primeira fase, que vai de 1909 até cerca de 1913, considerada como a fase de estilização, em que se liberta dos barroquismos iniciais e desenvolve um traço por vezes quase abstracto. Um novo código de humor só podia ser servido por um novo código plástico e pela criação de uma nova forma de percepção que fosse mais rápida. Era nesta lógica que construía as suas personagens ultra-sintéticas, que se aproximam do moderno cartoon. Neste período, é considerado um verdadeiro “mago da ironia”, e defende que a melhor forma de atingir os seus objectivos é não atacar os indivíduos mas as situações, articulando de uma forma coerente título e legenda.

Em 1910, muda-se para Lisboa, onde irá prosseguir estudos em Medicina Veterinária, juntando-se a Stuart de Carvalhais, Jorge Barradas, Pacheko, António Soares e Almada Negreiros, com quem funda a Sociedade dos Humoristas Portugueses.

Na segunda fase, a partir de 1913, o traço evolui para um certo expressionismo, próximo da corrente austríaca do mesmo período, nomeadamente Schiele e Kokoschka. Afasta-se dos humoristas, embora continue a apresentar-se nas exposições dos modernistas.

Na terceira fase, afasta-se da caricatura e envereda pela pintura. Senhoras à Mesa de Café, de 1919, revela a face de um mundanismo que criticava, num jogo de sedução e crueldade. A violência do tratamento do suporte, a definição brutal dos contornos das figuras e o cinismo que transmitem entram em consonância com as cores frias aplicadas no vestuário, que, por sua vez, contrasta com o vermelho dos lábios, concedendo-nos a ilusão da vida nocturna e de todos os seus cenários de engano. As regras da representação tornam-se instáveis nos ângulos agudos e oblíquos, como se verifica na mesa e nos elegantes copos. Retoma aqui o tema mítico do eterno feminino cruel, nas poses refinadas destas mulheres, com frios objectos de ourivesaria, em atitudes de conspiração e intriga. A mão de uma das personagens assemelha-se a uma pistola, tornando-a cúmplice de crimes premeditados, que se festejam com sorrisos maliciosos. Esta pintura é uma das últimas que realizará.

Em 1916 é incorporado no exército e, no ano seguinte, no Corpo Expedicionário Português, para combater na Primeira Guerra Mundial. Neste período, até à altura do Armistício, em 1918, quando regressa a Portugal, realiza uma série de croquis que relatam cenas de guerra(*), tratados com uma espontaneidade instantânea, como se fossem feitos por um repórter de guerra.

Em 1919, inicia-se uma outra fase: parte para Lourenço Marques, Moçambique, começa aí a sua retirada do meio artístico e exerce a sua profissão de médico veterinário. Este abandono definitivo da carreira artística, que ficou de certa forma mitificado, revela uma atitude que não deixará de se revestir de uma consciência moderna, de um desencantado niilismo.
CARLA MENDES
In
http://www.camjap.gulbenkian.pt/l1/ar%7BD2B27546-03B0-4185-A5F8-0B5ACC3E203C%7D/c%7B342aa3de-ff90-4fdc-9aa3-0f1d507b3275%7D/m1/T1.aspx
(*) Ver: Rodrigues, António, 1956-2008-  Christiano Cruz - Cenas de Guerra
» Consultar também, Gonçalves, Alda - Toponímia de Leiria - 2005, JFL (pág. 141)

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2008/02/13

DISPERSAMENTE...

.
Acabei de comemorar o meu 61º aniversário. E pus-me a magicar. E lembrei-me de experimentar mexer no "template"...resultado...um desastre.

Lá terei que queimar mais umas pestanas para refazer o cabeçalho. Pode ser que o Bruno me dê uma ajuda, que eu já estou a ficar cansado de tantas novas tecnologias com que nos bombardeiam permanentemente.
Em compensação o Guilherme premiou-me com o postal acima, que desenhou enquanto esperava pelo jantar...
-
Entretanto, a Mafalda ofereceu-me um livrinho "Quanto mais velhos mais sábios" de Carol Ann Morrow, ed. Paulinas-2005.
Achei encantadoras estas palavras:

Dá-te gratuitamente.
Dispensa e dispersa.
Contribui com os teus dons
- de tempo, dinheiro,
apoio e boa vontade.
Só poderás aproveitá-los para ti
se os guardares numa mão aberta.
Então serão lançados na tua conta.
-
Assim será, como bem sabes, querida neta!...

-
A Carolina balbuciou pela primeira vez algo parecido com Avô...

2007/06/02

IPL - ABD - ELOS, uma trilogia cultural

Tive o privilégio de participar no auditório 1 da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria numa sessão pública organizada pelo IPL - Instituto Politécnico de Leiria e com a participação da ABD – Associação Brasileira de Desenho e Artes Visuais e do ELOS Clube de Leiria.
A sessão tinha como objectivos:
a) Assinatura de protocolo de colaboração entre o IPL e várias entidades culturais (as acima referidas e outras);
b) Entrega de medalhas e comendas a várias figuras nacionais pela ABD;
c) Entrega de medalhas da Casa-Museu Maria da Fontinha – Além do Rio – Castro Daire e Diplomas de Reconhecimento ao Mérito outorgados pelo Elos Clube de Leiria.
d) A cerimónia teve a sua fase final com a inauguração duma exposição de “Pintura e Escultura Portuguesas, dos Séculos XIX e XX”, na Biblioteca José Saramago, sita no campus 2 do IPL. Haverá, no mesmo local, uma segunda exposição imediatamente a seguir (de 15 a 28 de Junho de 2007), de arte Brasileira.

Joaquim Vieira, Galerista empenhado, Leiriense, que muito tem contribuído para a divulgação da Pintura Portuguesa, Brasileira e de autores de outras nacionalidades. Tem ao peito as Medalhas "Júlio de Oliveira" outorgada pela ABD e de "Honra ao Mérito" da Casa-Museu Maria da Fontinha.

Reproduções dos Diplomas de "Comendador Grande Oficial" da ABD e de "Reconhecimento ao Mérito" do Elos Clube de Leiria.

Medalha outorgada pela Casa-Museu MARIA DA FONTINHA.

NB.:
2) Consultar o post do caricaturista Zé Oliveira, um dos laureados com estas medalhas e diplomas. Está muito explícito e extremamente conciso. Parabéns Zé Oliveira. Tenho a impressão que até já nem vou escrever mais nada no blogue a respeito das instituições a referir relativamente a esta sessão.
3) Mais informação sobre este evento pode ser consultada no blogue do ELOS CLUBE de LEIRIA e no CORREIO de LEIRIA. (Para breve, vamos lá a ver...)