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2016/05/22

Dia de Leiria: 22 de Maio, sim ou não?

in Diário de Leiria de 16 de Maio pp:
...
Aproxima-se o dia em que se comemora o Dia do Município de Leiria, que ficou estabelecido que seria a 22 de Maio. A justificação desta data tem emperrado com a data em que D. João III elevou Leiria à categoria de cidade, que foi no dia 13 de Junho de 1545, conforme sua carta dessa data expedida de Évora. Estas duas datas acabaram por ficar intimamente ligadas.
Na verdade:
1- A Diocese de Leiria-Fátima, que tem por padroeiros Nossa Senhora de Fátima e Santo Agostinho, foi criada, a pedido do rei D. João III, pelo Papa Paulo III, com a bula "Pro excellenti", de 22 de Maio de 1545, então como Diocese de Leiria.
Extinta por motivos políticos em 4 de Setembro de 1882, foi restaurada pelo Papa Bento XV com a Bula "Quo vehementius", de 17 de Janeiro de 1918.
Por decreto da Congregação dos Bispos, de 13 de Maio de 1984, confirmado pela bula pontifícia "Que pietate", com a mesma data, foi dado à Diocese o título de Leiria-Fátima.
2- Leia-se o seguinte excerto do parecer efetuado pelo Professor Doutor Saul António Gomes, emitido em 20 de Agosto de 2002, a pedido do Executivo da Junta de Freguesia de Leiria:
"...
Permanece em aberto, efectivamente, o facto histórico de grande relevância que é a elevação oficial de Leiria ao estatudo de cidade, pelo rei D. João III, como se referiu, em 13 de Junho de 1545. Curiosamente, um dia festivo na vida religiosa, cultural e histórica portuguesa por ser, muito justamente, o dia de Santo António de Lisboa. Santo que tinha na Leiria dos nossos avós grande apreço e era popularmente comemorado na cidade e arredores.
..."

Ou seja, o Dia de Leiria, bem podia ser o 13 de Junho e não 22 de Maio, como acabou por ficar."
...
António Nunes

Na II parte da crónica:




Em qualquer caso, o 22 de Maio pode ser uma boa oportunidade para dar realce a personalidades cuja vida e obra contribuíram decisivamente para o seu bom nome e visibilidade.
Acácio de Paiva é, incontestavelmente, uma dessas personagens cuja memória urge manter viva.
A casa onde Acácio de Paiva  nasceu em 14.4.1863 é um ex-libris inquestionável desta cidade, talvez, a par com o Castelo de Leiria, um dos sítios mais fotografados pelos turistas de todo o mundo que demandam estas terras extremenhas.
Passando pelo Largo da Sé repare-se na placa alusiva, que foi descerrada no dia 14 de Dezembro de 1963, conforme consta dum “Auto do Descerramento das Lápides Comemorativas da Homenagem ao Poeta ACÁCIO DE PAIVA”, cujo original se  encontra  no Arquivo Distrital de Leiria.
Detalhes pormenorizados sobre as origens deste prédio podem ser obtidos pela leitura do livro “Falando de Acácio de Paiva”, ed. Da Junta de Freguesia de Leiria, 2013. É de realçar o aspecto singular do prédio em si e da sua frontaria em azulejos “Viúva Lamego” presumivelmente pintados pelo pintor Pereira Cão, que viveu entre 1841 e 1921.
As figurações alusivas a Galeno (para sempre e popularmente ligadas a Sócrates) e a Hipócrates, que ladeiam a entrada da antiga farmácia, transmitiram ao prédio uma visibilidade ímpar na cidade de Leiria. É de relevar a sua notórea ligação ao enredo do grande romance de Eça de Queiroz, «O Crime do Padre Amaro», pois que era no seu rés-do-chão que estava instalada a «botica do Carlos», um centro de reunião e cavaqueira da sociedade Leiriense.
O “Carlos boticário” referido neste romance é comumente aceite que se inspirou na figura de José de Paiva Cardoso, pai de Acácio de Paiva.
Rematando esta crónica com uma particular saudação a Leiria nada mais apropriado que transcrever um soneto de Acácio de Paiva, um dos seus mais diletos filhos:

LEIRIA
I
A minha terra... Basta ser a tua
Para que mais nenhuma assim me agrade,
Na parte velha, a nossa mocidade
(A cegueira dos anos...) continua.

Ora me demorei vendo uma rua;
Talvez a mais antiga da cidade...
Conserva-te menina: ingenuidade,
Comedimento, a não ver Sol nem Lua.

Há bairros novos, casas de cimento,
Reparos brancos em ruínas, feira
mudada, restaurantes, movimento,

Outras línguas - política, suponho.
Recolhamos, afável companheira,
À capelinha rósea do meu sonho!

Até à próxima,

António Almeida Santos Nunes


2011/09/10

Adeus, Largo da Sé de Leiria

Isto não é uma montagem fotográfica. Caprichos da reflexão da luz... 

Ontem, Sexta-Feira, esteve um dia de Sol e calor. Até parecia Verão! ;))
Fomos, eu e a Zaida, ao Largo da Sé, em Leiria. Andamos em mudanças de escritório, eu já na fase de tirar fotografias do interior das instalações, das paredes, alguns móveis, máquinas antigas,  recantos, enfim, a registar em foto os resquícios de recordações de 40 anos de vida. Foram anos em que utilizámos estas instalações com várias finalidades:
1 - como habitação durante mais de 10 anos, quando começámos a nossa vida, depois do regresso de Moçambique, do serviço militar obrigatório (os mais jovens, sabem o que é isso?!);
2 - como escritório e Sala de Estudos;
3 - só como escritório.

Está-se a fechar um ciclo determinante da nossa vida. Deixámos o convívio diário com o Largo da Sé, a Catedral mesmo em frente, do outro lado do Largo, as minhas amadas árvores do Adro da Sé, aquela dupla, uma tília e um jacarandá, já de proveta idade, a recordar-me do dia negro em que cortaram todos os ácer (padreiros) que emolduravam o Largo, lhe davam uma vida quase celestial, o chilrear ao cair da tarde de centenas de pequenas aves. 
E que dizer da Tipografia Leiriense (imprimia os cartazes a anunciar os filmes para o Teatro José Lúcio da Silva), hoje Tip. Carlos Silva (por cima ainda se pressente a figura esguia de Eça de Queirós a dar despacho ao expediente, na sua qualidade de Administrador do Concelho de Leiria), na esquina do Largo e da Rua da Vitória, nesta rua a barbearia onde me habituei a cortar o cabelo desde sempre (agora essa operação é feita em menos dum fósforo), os Hingá e a sua oficina de automóveis?
Tantas recordações...
Bons amigos e companheiros de jornadas e jornadas de trabalho e de alguma cavaqueira!...

Vinha eu em direcção ao prédio, reparo na minha imagem reflectida nos espelhos duma portada do Bar do rés do chão (quantas vezes é que tal não me aconteceu?), hoje decidi-me e tirei uma fotografia, esta que aqui vos mostro.

Nos próximos posts talvez coloque aqui outros "pequenos" apontamentos de pormenores que me captaram a atenção sentida neste dia de "despedidas" e de nostalgia...


Adeus Largo da Sé, até sempre...
Claro, esta não é uma despedida definitiva. Mas que toca ao sentimento lá isso toca!...
@as-nunes
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2010/05/16

LEIRIA - LARGO DA SÉ - SÓCRATES




(se clicar em cima das imagens pode apreciar melhor os pormenores)
As três figurações da fachada em azulejos do séc. XIX, desta casa,
(estou para me ir embora, um dia tão lindo e eu aqui enfiado, desde a manhãzinha) 
referem-se a Sócrates, Hipócrates e Galeno. A maioria das pessoas de Leiria e alguns estudiosos, durante muitos anos, identificaram a figura do lado esquerdo 
(Será, de facto, Galeno e não Sócrates) 
na qual se pode ler em letras maiúsculas a palavra "Sócrates" inscrita numa tábua/livro, como sendo o próprio Sócrates.
No entanto, tudo indica que não se trata do grande Filósofo. Quanto mais não seja porque Sócrates não nos deixou nenhum livro 
(ler o texto acima reproduzido dum velho dicionário que por aqui anda no escritório e que já é da família desde 1970).

A fachada desta casa é muito admirada, um ex-libris de Leiria, muito fotografada pelos turistas. Ouve-se, com muita frequência, que aquela figura é, «sem dúvida», Sócrates. Pois se até tem um livro na mão com o seu nome!...
Só que esse livro será uma compilação dos seus pensamentos escrita depois da sua morte pelos seus discípulos, provavelmente Galeno.

E é assim. Lembrei-me de vos deixar aqui esta informação 
(tenho a impressão que já não é a primeira vez...mas vale a insistência, penso eu
antes de acabar o dia de trabalho 
(Que rico Domingo!).
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2008/02/22

Primavera e Poesia


Estava nas traseiras da casa................AS ANDORINHAS
Ouvi o trinar alegre duma andorinha......Como as tardes já fossem para amores
Vim cá fora, um recanto de alegrete......no doce Portugal, todas em bando
Antigo, cheio de recordações................voaram, nossas terras demandando,
Da Zaida, Paiva e minhas....................tão propícias às aves como às flores.
......................................................
Vi um ninho de muitos anos.................Procuraram beirais acolhedores
As aves a regressarem com o tempo.....onde seus ninhos fabricassem, quando
A fazer coro a evocar alguém...............o céu, há pouco tempo azul e brando,
Que da Poesia fez seu pensamento......de novo se cobria em negras cores.
.....................................................
A Zaida, pelo som familiar..................O bando, não supondo terminada
Eu porque com ela aprendi..................a chuvosa estação, de onde viera
Logo vimos como atalhar;...................já procurava a salvadora estrada;
Quem poderia ter cantado assim?.......
......................................................mas nisto, entre festões de folhas d´hera,
Não podia haver dúvidas....................debruçou-se à janela a minha amada
A música, bucólica, esplendorosa........e ele ficou: surgiu a Primavera!
Acácio de Sampaio Telles e Paiva.......
Ilustre Leiriense, na Poesia e na Prosa......... Acácio de Paiva
......................................................
Um ninho com anos e anos.................
Uma parede de lousa centenária..........
A andorinha que ainda desambientada..
Na sua silhueta foi captada.................
.......................................................
A casa "Pharmácia Leonardo Paiva"....................
No Largo da Sé, Leiria.........................
Onde nasceu em 14/4/1863.................
O insigne Poeta, Acácio de Paiva.........


antónio nunes
22/2/2008
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2008/01/07

Leiria - Rua D. Sancho I

Rua D. Sancho I - Leiria. Ao fundo vislumbra-se a casa dos Paivas, no Largo da Sé. A toponímia desta rua justifica-se conforme já referenciado aqui. Na sequência do que vem dito na nota atrás, julgo ser oportuno relembrar aquela que é considerada a nossa mais antiga cantiga de amigo, atribuída a D. Sancho I, composta provavelmente em 1199. (*)

A casa dos Paivas, a celebrizada "Botica do Carlos" do romance de Eça de Queirós, "O Crime do Padre Amaro", inicialmente identificada em letras em painel de azulejos "viúva lamego" com o nome "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva".
Quase todos os dias faço este percurso, as mais das vezes a pé. Infelizmente o Largo da Sé está com um aspecto quase terceiro-mundista. Casas antigas escoradas para não ruirem completamente, o Largo em si transformado num estaleiro, num pombal e numa armadilha para os automobolistas (vejam-se os pinos derrubados; mal começa a chover, lá temos a dança das derrapagens no piso de pedra extremamente escorregadia). Na parte extrema esquerda da foto pode ver-se uma placa alusiva ao insigne poeta Leiriense Acácio de Paiva, que aqui nasceu em 14-4-1863.

(*)

Ay! Eu coitada
como viuo
En gram cuydado
por meu amigo
Que ey alongado!
Muyto me tarda
o meu amigo
na guarda!

Ay! Eu coitada
como viuo
En gram deseio
por meu amigo
Que tarda e non veio!
muyto me tarda
o meu amigo
na guarda!

Esta disposição é a mesma que foi adoptada na ed. da Rev. de Portugal, idêntica à de Th. Braga (Hist. da Lit. Portuguesa, Edade Média, p. 188). Foi reproduzida por D. Carolina Michaelis (CA1, II, pp. 593-594), Audrey Bell (The Oxford Book of Portuguese Verse, p. 1) e J.J. Nunes na Cresc., p. 349, diferente da que adoptara nas Cant. d´Amigo, DXII.

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2006/11/14

Um destaque digno de registo...

Está-se a falar de Acácio de Paiva, Insigne Poeta Leiriense. A casa onde nasceu, em Leiria, no Largo da Sé.



Uma placa de homenagem a Acácio de Paiva na fachada da casa onde nasceu.

Um fragmento duma criação em letra gótica com alguns excertos de poemas seus. É visível o bucolismo destes seus versos, associados aos rios Lis e Lena, que se juntam, à saída de Leiria, e lá seguem unidos, pelos campos fora em direcção ao mar da Vieira.
Viveu os últimos anos da sua vida em Olivais - Ourém:
-
"Neste lugar pitoresco, encontra-se uma artística residência rural onde viveu a família do poeta Acácio de Paiva. No pátio abarrocado chama a atenção a fonte de pedra setecentista."