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2024/02/14

Josino Leiriense 1757-1832) em «notícias de colmeias» de outubro de 2015

 In «notícias de colmeias» de outubro de 2015

p. 12

Aqui também foi publicada a minha 1º crónica para este mensário. Há 9 anos que sou colaborador deste mensário, cujo director/fundador é Joaquim Santos, um jovem amigo e ilustre jornalista.






2023/12/07

notícias de colmeias: um mensário que vai fazer 25 anos e com o qual colaboro desde 2015

 


Em 2015 comecei a escrever umas crónicas dispersas para o mensário "notícias de colmeias", propriedade e iniciativa do meu amigo Joaquim Santos. Já lá vão quase 10 anos. O mensário vai entrar no seu 25º ano de vida. Pelo que tive ocasião de acompanhar, só à custa de muita luta e espírito de sacrifício de Joaquim Santos em prol do jornalismo local é que este mensário ainda se mantém em actividade. Claro, e também graças à participação dos seus fiéis anunciantes, que muito têm contribuído para a sua subsistência. E é pena que um jornal local não disponha de mais assistência financeira da autarquia da sua localidade ou mesmo dum fundo especial do município para apoio estrutural à imprensa local. Não podem restar quaisquer dúvidas que um jornal local é muito importante para fortalecer a ligação entre os habitantes de cada região, de forma a que se possam organizar em comunidades activas e próximas.   
A minha colaboração tem sido orientada no sentido de partilhar conhecimentos e informação sobre a História da Região de Leiria e temas relativos à cultura emanada das pessoas e instituições desta área geográfica.
Conto poder divulgar um índice dessas minhas colaborações.
Talvez, mesmo, publicar um ou dois livros. Assim consiga obter os apoios necessários a essas edições...
Actualmente estou a escrever crónicas subordinadas ao tema geral "Leiria cidade europeia da Cultura". Vou na Crónica XI - Saul António Gomes (Leiria, 23 junho de 1963), que se irá prolongar por 3 edições, pelo menos, dada a relevância ímpar de tal personagem no panorama cultural, histórico e até literário da região e do país e do mundo.
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Tocou-me fundo um singelo texto que o "notícias de colmeias" de dezembro corrente publica, nas 2ª e 3ª páginas dum seu Suplemento "Especial Natal", do qual retirei o presente quadro:






2023/04/28

PEDRO JORDÃO: Compositor musical nascido a 22 janeiro de 1937; reside actualmente em Leiria.


Pedro Jordão nasceu em Lisboa, a 22 de janeiro de 1937 e reside atualmente em Leiria, donde é a sua família. Foi autor, compositor, professor, tradutor, escritor e instrutor de ioga. 

...

Conheci-o há uns anos, nos Serões Literários das Cortes, pela mão de Carlos Lopes Pires. Em 2017, coeditou um CD duplo, com música e voz do próprio e poemas de Carlos Lopes Pires.

Nesta oportunidade, lembrei-me de editar o vídeo que se segue, com música e piano de sua autoria.

Espero, muito em breve, escrever uma crónica sobre a sua vida e obra, no mensário local, "Notícias de Colmeias", em que é director e fundador, o meu jovem amigo, Joaquim Santos. Colaboro com este mensário há quase 10 anos. Com muito prazer, até porque sinto muita ligação à imprensa local, que nos devia merecer muito mais atenção, particularmente, através de apoios logísticos e financeiros da parte das autarquias locais.


As imagens são uma minha perspectiva de anteontem, 26 junho de 2023.


2023/01/31

Notícias de Colmeias: Encadernação do ano de 2022


O director deste Mensário, o meu prezado jovem amigo Joaquim Santos, veio a minha casa entregar-me uma encadernação muito cuidada dos doze "Notícias de Colmeias" referentes ao ano de 2022.
Já é o 7º ano em que colaboro assiduamente com esta prestimosa publicação.
O "Notícias de Colmeias" não é somente um jornal local. É muito mais que isso. É um instrumento de difusão da cultura, da economia, do desporto, da religião, da política, em suma, de tudo o que possa interessar não só às pessoas e instituições desta região do concelho de Leiria, mas também todos os que se preocupam com a diversidade de assuntos tratados neste Mensário.

Ando há tempos a pensar em me lançar na organização duma base de dados sobre os conteúdos deste jornal. Pelo menos daqueles dos últimos 7/8 anos em que me tenho ligado mais intimamente através das minhas colaborações.
Vamos lá a ver se serei capaz de tal empreendimento...


 

2022/11/13

As minhas crónicas no mensário "Notícias de Colmeias", Jesus Cristo e Carlos Lopes Pires...

Nota: 

Sou frequentador de Blogs desde os primórdios do seu aparecimento. Comecei a aparecer na própria www nos anos 80. Fiz variadíssimas experiências a construir as minhas próprias páginas web com o uso directo da linguagem html. Numa fase incipiente, só porque recebi algumas dicas do meu filho, que é Engº de Informática.

Há dias, encontrei nos arquivos digitais a minha crónica para o "Notícias de Colmeias" de Março de 2021. 

...

(por exemplo)

«JESUS CRISTO

(Parte II)

 Prezados leitores

 Antes de começar a escrever a II parte da crónica que comecei no mês passado quero aproveitar este ensejo para transcrever o seguinte poema de Carlos Lopes Pires: 

hoje encontrei Deus
pousado na nossa nespereira
 
ele não faz milagres
ou coisas difíceis de acontecer
 
ele não ordena chuva
e chove
 
nem que as árvores tenham sombra
ou que a luz brilhe na água
 
por vezes
encho o meu coração
de mais e mais ignorância
 
e vou então junto dele
e digo-lhe baixinho ao ouvido
 
sei que és tu

(*)

A poesia de Carlos Lopes Pires é qualquer coisa de transcendental para o comum dos mortais. Consegue transportar-nos para o mundo em que estamos inseridos e levar-nos a pensar no quão maravilhoso é o facto de estarmos vivos, ao mesmo tempo que, indelevelmente, nos confronta com o facto de nós sermos uma parte do universo mutável no tempo que nós não controlamos. Fazemos parte dum mundo em movimento constante e regido por regras ditadas pelo próprio universo. Por Deus…

(mas que nós, enquanto seres vivos e dependentes da nossa capacidade de pensar  e interagir com todos os elementos que nos acompanham nesta aventura universal, temos que ser capazes de aprender a usar os dons que nos são inerentes e que, numa primeira fase, só instintivamente, os conseguimos valorizar.)

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 Voltemos ao tema que vos propus. Falar de Jesus Cristo e do significado e consequências da sua missão na Terra no sentido duma ligação com Deus.

Se tentarmos ser racionais seremos confrontados inapelavelmente com muitas perplexidades. Mas a História é aquilo que os homens deixaram registado com todos os vestígios que vamos encontrando e que vamos interpretando segundo a lógica do nosso pensamento em cada momento.

... »

-

Era isto.

...

2022/06/09

Jornal "NOTÍCIAS de COLMEIAS" minha colaboração no nº de Junho 2022

 

Leiria como cidade candidata a uma das cidades europeias da Cultura:

1-     Notas introdutórias

2-     Leiria candidata a cidade Europeia da Cultura 2027

3-     Personalidades locais que ficaram registadas na história da Cultura

 

I – Notas Introdutórias

Já aqui deixei escrita uma crónica que pretendia recapitular a história política/antropológica da Península Ibérica desde 1000 anos antes de Cristo. Penso que consegui mostrar qual a provável origem dos povos que acabaram por habitar a zona da actual Leiria, digamos que a área correspondente à cidade e aos seus arredores.

De qualquer forma não será descabido, neste ensejo, recapitular este tema, dado que o que em cada povo é hoje e pode representar como incentivo,  para as novas gerações, é o acumular de muitos factos e tensões de toda a ordem por que passou ao longo dos tempos desde os mais longínquos da Idade das Trevas e até dos primórdios da sua existência neste planeta até à actualidade. A História de cada povo é determinante no tipo de sociedade em que hoje vivemos. Há correntes de pensamento que advogam que o Presente é tudo e que não haverá interesse predominante em nos arreigarmos a tradições e conhecimentos que são reminiscências daquilo que fomos no passado mais ou menos longínquo.

Não penso dessa maneira. Esperemos que as imagens e obras que os nossos antepassados nos legaram perdurem na memória colectiva da nossa cidade de Leiria. Todos os leirienses, sejam os que nela nasceram seja aqueles que para cá vieram fazer a sua vida, já assumiram o dever indeclinável de defendermos esse legado patrimonial e humano e de o transmitir aos nossos vindouros, acrescido do resultado do nosso próprio labor.

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Na escola ensinaram-nos, a nós, os da geração de 50, que esses povos se chamavam os Celtas, que mais tarde se misturaram com os Iberos, que habitavam a parte sul, e também se constituíram em  Celtiberos.

Por volta de 700 Ac habitavam o sul, entre o que é hoje a zona entre Faro e Cádis, uns povos que ficaram conhecidos pelos Tartessos e que há quem diga que como resultado da sua fuga para Norte em direcção ao Atlântico, se terão instalado pela zona da actual Leiria, provavelmente pela área da futura Colipo. Nessa altura estavam muito pressionados pelos Iberos, pelos Celtas e pelos Celtiberos.

Muito mais se poderia acrescentar nesta temática da origem mais antiga dos povos que deram origem aos leirienses. Mas não será assim tão importante como isso, na actualidade. De facto, hoje em dia o que se deverá entender por ser leiriense? E mesmo viseense?! Eu, por exemplo, posso dizer que sou viseense porque os meus pais, à data do meu nascimento, e que viviam no Porto, deslocaram-se ao Casal, uma aldeia do concelho de Viseu onde também nasceram.  A parteira de confiança era a minha avó Neves, era natural e residia na nossa aldeia do Casal. Os antepassados também viveram nessa aldeia. Portanto, sou viseense, mas também portuense.

Vim para Leiria nos anos 60 do século passado. Decorrido todo este tempo também me considero tão leiriense como os que o são.

Vêm estas notas a propósito de me estar a abalançar a escrever uns apontamentos sobre Leiria e a Cultura difundida nesta zona e por pessoas ligadas a esta cidade e ao seu município por nascimento ou por para cá terem imigrado. Quantas vezes à procura de oportunidades profissionais, como foi o meu caso.

De qualquer modo, tenho que o dizer, também consegui dar o meu contributo, parco que seja, para a culturalização desta terra. Na época, havia muita falta de professores para o ensino Secundário, e eu tinha terminado os meus estudos que na altura estariam ao nível médio/superior, como nos outorgavam os nossos diplomas dos Institutos Comerciais e Industriais (hoje, Universidades propriamente ditas). E foi assim que passei a integrar a grande família dos leirienses.

 

 

II- Leiria candidata a cidade Europeia da Cultura 2027

 

A apresentação oficial da candidatura de Leiria teve lugar em 2022 em competição com outras cidades o que implicou ter-se sujeitado a uma pré-selecção. Esta candidatura foi preterida a favor de Braga.

Daqui, até 2027, seriam apenas pouco mais de 4 anos para edificar um programa como Capital Europeia da Cultura 2027 designada, a par de uma homóloga letã.

Esse projecto consistia em elaborar um programa artístico e cultural ambicioso e que abrangeria um território de uma enorme diversidade.

“Todas as Capitais Europeias da Cultura, até hoje, se defrontaram com territórios homogéneos e talvez por isso raramente tenham conseguido evitar uma espécie de padronização, uma tendência para o isomorfismo – todas diferentes, mas todas iguais. O caminho que nos propomos é o inverso” – assim foi apresentado este projecto, em 2015, pelo então presidente do conselho estratégico, João Serra.

A ideia era construir uma Rede Cultura a abranger uma área geográfica que iria desde o Norte do distrito de Leiria até ao Centro Oeste da Estremadura.

Seriam convocados várias Cátedras Unesco, tais como; Instituto Politécnico de Leiria – Gestão das Artes e da Cultura, Cidades e Criatividade; Instituto Politécnico de Tomar - Humanidades e Gestão Cultural Integrada do Território; três cidades criativas da Unesco (Caldas da Rainha no Artesanato e Artes Populares, Leiria na Música e Óbidos na Literatura) e três dos mais simbólicos e preciosos Lugares Património Mundial portugueses (Alcobaça, Batalha e Tomar).

A Rede Cultura 2027 teria Leiria como ponto de partida, mas agregaria 25 outros concelhos que teceriam uma malha diversificada e que totaliza quase 6.000 km2 de extensão e distância superior a 170 km entre os seus extremos.

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Há que não desperdiçar todo o trabalho já feito em prol duma Leiria Cidade Cultural, no âmbito do citado projecto de candidatura e incrementar o necessário plano de actividades para que Leiria possa vir a ser, no futuro, uma referência importante na concepção de eventos culturais nesta zona de modo a promover uma maior actividade sócio/cultual nesta estratégica zona de influência turística do Centro Oeste de Portugal estremenho.

 

 

Caros leitores,

 

Na prossecução dos objectivos essenciais que pretendia alcançar, quando me propus abordar a cultura em Leiria (uma abordagem sumária, claro está, que para maior fôlego, uma crónica de jornal é, muito naturalmente, insuficiente…):

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III - Personalidades locais que ficaram registadas na história da Cultura

 - É, sem dúvida, de importância nuclear, rever a vida e obra de personalidades leirienses, que podem ser consideradas, entre muitas outras, fundamentais para a uma real percepção da origem e da essência do que é ser leiriense e pugnar por uma cultura com os seus aspectos próprios e que poderão constituir o nosso ADN estremenho característico. E que poderá vir a fazer a diferença natural mas essencial para podermos ser parte determinada e determinante no conjunto cultural do nosso país, quiçá do mundo inteiro.

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Dado a natureza de crónica deste ensaio vou cingir-me a alguns nomes, que, por motivos diversos (particularmente a minha maior ligação pessoal/emocional), retive como muito significativos no âmbito da construção da cultura e investigação histórica e cultural em Leiria:

São eles:

- Francisco Rodrigues Lobo

- Acácio de Paiva

- Afono Lopes Vieira

- José Marques da Cruz

- José Daniel Rodrigues da Costa (Josino Leiriense, como assinava regularmente; (ver recente edição do “Notícias de Colmeias”)

- Américo Cortez Pinto

- João Cabral

- Jacinto de Sousa Gil

(Seguem-se mais alguns, todos ainda vivos, por ordem alfabética (se houver tempo de vida hei-de falar de mais, os que me for possível..)

- Arménio Santos Vasconcelos

- Cândido Ferreira

- Carlos Fernandes

- Carlos Lopes Pires

- Joaquim Santos

- Luís Vieira da Mota

- Ricardo Charters d´Azevedo

- Saul Gomes

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…. ( e tantos tantos mais…)

 

Claro, haverá leitores que se interrogarão do meu critério de escolhas destas personagens. Terei de responder que se trata de personagens de cuja vida e obra consegui reter mais informação ao longo dos meus quase 55 anos de vivência em Leiria. Evidentemente, que o rol de pessoas e instituições que não serão afloradas sequer, é imenso…

 

III . 1 - FRANCISCO RODRIGUES LOBO

 

3.1.1 - Começo por apresentar a capa do livro “POESIAS” de Francisco Rodrigues Lobo, Selecção, Prefácio e Notas de Afonso Lopes Vieira, edição de 1955 da Livraria Sá Costa.




 

Este era um dos livros adoptado no acompanhamento de aulas de Português do Ensino Secundário/Liceu Nacional de Leiria (p.exº), nos anos 50 do século passado.

O prefácio, escrito por Afonso Lopes Vieira, refere-se a uma recolha de poesias de R. Lobo que estavam dispersas e intercaladas nas novelas pastoris de que ALV parece, apesar de tudo, manifestar-se pouco entusiasta.

Socorrendo-se duma monografia que Ricardo Jorge dedicou a R. Lobo, Lopes Vieira escreve no Prefácio: (4)

O nascimento do poeta deve fixar-se não anteriormente a 1580 (1), em “Leiria doce, alegre e desejada” (2). Essa naturalidade é celebrada pelo poeta sempre que o propício ensejo vem, enfeitando-se com ela como com um título. A fidelidade terníssima com que invoca e canta a sua terra natal, os campos e os rios dela, torna-o por excelência regionalista.

… Atribuíram biógrafos a R.L. origem nobre. … Tudo nos leva a crer que era cristão-novo…

A este letrado precoce que, em Coimbra, quando escolar, se estreara à volta dos dezasseis anos (1596) com Romances…

… Deveremos relacionar com os Vila Reais o sempre vivo ressentimento de R.L. contra a ingratidão da pátria e, especialmente, a de Leiria? (3)

       Coitado do que nasceu

       Nesta nossa terra ingrata

… Três anos depois da publicação da Jornada, no último quartel do ano de 1622 (segundo o cálculo do principal biógrafo de R.L.) o poeta morreu afogado no Tejo, colhido pela tempestade quando navegava de Santarém para Lisboa. Foi sepultado no convento de S. Francisco da Cidade, em Lisboa…

… O lugar de Francisco Rodrigues Lobo nas Letras portuguesas é o de um quinhentista que viveu no século XVII…ele mesmo o exprimiu criticamente: «falar vulgar, e propriamente, é falar bem;…»”

 

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(1)  Dedução da Dedicatória da “Côrte na Aldeia”: « E se alguém me julgar por atrevido em tratar cousas de corte nascendo em idade em que já a de Portugal era acabada…»

(2)  O Condestabre de Portugal, canto XII.

(3)  Terá a ver com uma paixoneta em adolescente com uma Vila Real.

(4)  Sinopse do Prefácio:

Naturalidade e origem do poeta. -Seu jeito de fidalgo campesino.- Honrosa amizade aos Braganças.- Problema do caso amoroso; os Villa-Reais. – Lugar de Francisco Rodrigues Lobo nas Artes Portuguesas; O Prosador e o Poeta – Razão deste livro.

 

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Continuando com o grande poeta leiriense,  com estátuas e a principal praça em Leiria. Um dos grandes ícones desta cidade.

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Quero frisar, de antemão, que irei apoiar-me, preferencialmente, na linha de rumo adoptada por Maria de Lourdes Belchior, no seu livro, que penso ser muito raro e algo desconhecido, intitulado: “Itinerário Poético de Rodrigues Lobo”, edição de 1985 da Imprensa Nacional Casa da Moeda. Terei comprado este exemplar na Feira das Velharias em Leiria, talvez em 2013 (pela data do meu registo de entrada de livros da minha biblioteca particular).

 






(Um pormenor muito interessante que tenho em conta quando compro livros em alfarrabistas é o das dedicatórias. Encontram-se algumas, extraordinárias, pelas pessoas que estão envolvidas. Como é que esses livros acabam em alfarrabistas de feira e de rua?! … claro, as pessoas morrem e os seus livros são, muitas vezes, um empecilho para os seus herdeiros. … quantas obras raras não circulam nestes meandros lastimáveis!!!?...)

(José Aleixo da França SOMMER RIBEIRO, Arquitecto, natural de Lisboa, nasceu a 26-06-1924 e faleceu a 16-09-2006. Era filho de João Sommer Ribeiro, e de Maria Amélia de Oliveira Pinto da França, casou com Maria Helena Lane de Almeida Lima. Ingressou no no curso de Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1942.

Sommer Ribeiro, teve um papel decisivo na renovação e abertura do panorama artístico nacional ao longo de várias décadas, com independência face a diversas tendências e gerações.

Foi o responsável, quase duas décadas depois, pela localização da sede e Museu da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1981 assumiu as funções de Director do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão e, em 1993, reformou-se da Fundação Calouste Gulbenkian para tomar posse do lugar de Director e Administrador da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva.

Sommer Ribeiro ficou ainda ligado às Caldas da Rainha, onde foi Comissário de duas edições da Bienal de Escultura e Desenho das Caldas da Rainha e ao Museu Municipal de Óbidos.

Foi agraciado, nomeadamente, com as condecorações de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e Grande Oficial da Ordem de Mérito.)

 

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Na introdução sobre este seu livro, Maria Belchior, a dado passo escreve: “Não nos interessou a estilística puramente descritiva, que se fixa em determinados caracteres do estilo e os enumera; foi, sobretudo, no sentido de uma investigação de carácter genético que se orientaram as pesquisas sobre a poesia de R. Lobo.” 

Sendo assim como se terá criado o estilo poético de Rodrigues Lobo, poderemos nós questionar?

Não se sabe com rigor que materiais, ao nível linguístico-literário, teria R. Lobo ao seu dispor, na época em que escrevia a sua famosa obra poética. O que se pode aceitar é que o estudo da língua poética deste grande poeta só será verdadeiramente válido e actual se se tiver em conta o contexto histórico-linguístico e social dessa época. A autora do ensaio que estamos a seguir aceita, «sem reservas nem desvios, a doutrina de Spitzer sobre a imanência da crítica literária; o ponto de partida desta, concreto e único, deve ser a criatura de arte que é o poema ou o romance

E acrescenta que com o seu trabalho propõe-se reconstruir o mundo poético de R. Lobo estudando a forma e estilo do poeta para reconstituir a sua visão do mundo em que vivia. E foi assim que analisando determinados «motivos», o ´uso insistente e até obsessivo de certos modos de expressão`

terá conseguido concluir da compleição mental e temperamental do poeta e da sua visão do universo, através da complexidade de sentimentos e pensamentos que R. Lobo transmitiu através da sua poesia.

Escreve Maria Belchior que todo o seu trabalho de investigação sobre a poesia de Rodrigues Lobo foi norteado de forma a conseguir desvendar duma forma cientificamente literária a «imagem» verdadeira da sua poesia.

Um outro aspecto muito esclarecedor que M. Belchior aborda é a sua constatação que à Estilística, ´como ciência que estuda as relações funcionais entre conteúdo e forma, compete esclarecer o movimento que vai do pensamento à expressão escrita`. Nesta fase da introdução ao seu ensaio explica-nos as duas abordagens antagónicas das estilísticas semântica e onomatológica, recordando que enquanto com a semântica se procura através da palavra o significado do pensamento, com a onomatológica o ponto de partida da análise literária está nos conceitos e nas ideias do poeta.

(Como poderemos dizer, com alguma subtileza, o poeta revela-se mais pelas suas ideias e imaginação do que pela forma dos seus poemas)

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Claro que no caso de R. Lobo, como no de qualquer poeta, há dois valores fundamentais a ter em consideração: os valores da tradição e os da criação individual.

De seguida disserta acerca destes valores do poema e pergunta-se: «No que respeita a Rodrigues Lobo, em que circunstâncias exteriores-sociais escreveu e publicou a sua obra? Poderá considerar-se poeta da corte dos Braganças (6), o autor das Éclogas e, sobretudo, o autor do Condestabre? Em que circunstâncias e com que intenções escreveu ele a sua obra poética?».

As respostas a estas perguntas permitiam compreender mais facilmente porque razão a obra deste poeta dos anos de seiscentos conseguiu transcender a própria época em que viveu.  

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´É sabido que ao longo da história, as relações entre a vida e a literatura não se mantiveram inalteradas: tempos houve em que o divórcio entre a literatura e a vida foi grande; outros, em que a literatura e a vida se aproximaram e outras ainda em que a literatura e a vida quase se confundiram.`

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Não nos demorando nestas encruzilhadas da estilística foquemo-nos no concreto da obra poética, lírica e épica, de Rodrigues Lobo:

O significado simbólico da obra de R. Lobo é resultado do julgamento colectivo e geracional e daí a  prevalência do estilo lírico sobre o épico, que foi o que mais o notabilizou e marcou para a história da literatura e da poesia.  Talvez porque também foi o mais e melhor estudado até à data.

No entanto, não podemos descurar (talvez ao contrário) a faceta épica da poesia de R. Lobo. E aqui teríamos que voltar ao estudo mais aprofundado do poema épico Condestabre e as circunstâncias históricas em que o poema foi escrito e publicado.

Maria Belchior, depois de algumas e interessantes considerações sobre os dois principais estilos de R. Lobo, acaba por confessar que optou por se limitar à análise em minúcia da sua poesia lírica. Diz mesmo que esteve tentada em se abalançar unicamente à investigação da obra de R. Lobo apenas como ecloguista.

(Nessa altura, David Mourão Ferreira preparava uma dissertação de doutoramento sobre a écloga em Portugal).

-

Em síntese deverá retirar-se da análise deste trabalho que M. Belchior pretendeu mostrar ao leitor um  R. Lobo inscrito numa tradição e, por outro lado, um inovador.

Nesta linha de rumo começa por nos apresentar dados e observações sobre as éclogas, as elegias ou as canções e, por último, a análise do romanceiro.

Neste seu estudo pretende apresentar uma perspectiva da evolução poética de R. Lobo desdobrada por um tempo dos séculos XVI e XVII e indo da poesia clássica à poesia barroca (no sentido de um estilo com características próprias, vigente nos anos de seiscentos).

 

 

(5) A corte dos Braganças foi centro cultural de muita importância. A Cultura intimamente ligada ao poderio das poderosas famílias históricas e aristocráticas.

 

 

(Sobre Francisco Rodrigues Lobo muito mais se poderá escrever, dissertar, estudar… como bem sabeis, nunca será demais, mas teremos de deixar este trabalho para os mais letrados e estudiosos, que os temos em Leiria, como bem sabemos)

 

- (continuaremos, em próxima crónica, falando de Afonso Lopes Vieira).

 

Até à próxima, então. Os meus mais sinceros cumprimentos a todos os leitores deste tão representativo jornal, diz que regional, mas que, graças à muita competência e dedicação exaustiva do seu Director/fundador, há-de ficar como um marco a consultar em futuras investigações sobre os mais variados temas de toda a ordem.

(O autor não usa o AO90, salvo em documentos oficiais).

 

 

 

 

 

2017/06/06

O Largo da Sé de Leiria, a "Pharmácia Paiva", a família a ela associada e Eça de Queiroz



https://cld.pt/dl/download/6769502c-c51c-40f7-af61-424a57834426/MAIO%20leiria.pdf



Este número do "Notícias de Colmeias" de 9 maio 2017 tem um Suplemento dedicado a Leiria, pela passagem de mais uma Data Comemorativa do Dia da Cidade - 22 maio. As páginas 1,3-5 são de minha autoria. Título: «O Largo da Sé de Leiria, a "Pharmácia Paiva", a família a ela associada e Eça de Queiroz. O Jornal está à venda nas Tabacarias, particularmente no "Shopping" - Leiria. 
Pode-se ler o artigo, na totalidade, consultando o seguinte link acima
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ps.: 
O célebre ex libris de Leiria, edifício do Largo da Sé a que se refere no artigo, «Pharmácia Paiva», vai ser objeto de obras de restauro em breve.
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O edifício vai ser objeto de profundas obras de restauro. Vamos ficar com aquele ex libris mais vistoso ainda, o que reforçará a sua referência inquestionável, no rol do património histórico e romântico de Leiria, na linha do que se usava nos prédios burgueses e de família de finais do séc. XIX e meados do séc. XX. É urgente explorar em termos turísticos a sua mais valia, tendo em conta a sua ligação à família Paiva, ao insigne poeta, jornalista e dramaturgo Acácio de Paiva e ao próprio Eça de Queiroz e as suas referências e vivências pessoais naquele edifício, não só através da sua extraordinária obra "O Crime do Padre Amaro" mas também da sua permanência amiúde na Botica do Carlos, que era o dono da farmácia na altura da permanência do escritor em Leiria.

2016/06/10

OLIVENÇA É PORTUGAL - reflexão em 10 de Junho de 2016.



É tempo de tomarmos posse administrativa de OLIVENÇA.
No reinado de D. Dinis, em 12 de Setembro de 1297, foi assinado o Tratado de Alcanizes que fixou definitivamente a fronteira terrestre de Portugal. Esta fronteira é a mais antiga da Europa. OLIVENÇA, mesmo em frente a Elvas, é PORTUGAL. 
Alíás, todos os tratados internacionais em vigor reconhecem esse facto. (ler também p 10 de "Notícias de Colmeias", Junho 2016).

2016/02/08

As minhas crónicas na imprensa de Leiria


Meti-me numa empreitada nova. Convidaram-me para escrever umas crónicas na imprensa cá do município e eu aceitei. É com um prazer muito grande que escrevo. Vamos lá a ver como é que os leitores me vão aturar...https://www.facebook.com/diarioleiria ( quinzenalmente, às segundas feiras); "Notícias de Colmeias" todos os meses, sai no princípio de cada mês.






Como o eu amigo e companheiro da ACLAL - Academia de Letras e Artes Lusófonas, Dr. Prates Miguel escreve uma crónica que sai todas as segundas feiras no "Diário de Leiria", cá nos encontramos de 15 em 15 dias. É uma honra para mim.





2015/08/30

Leiria e a sua imprensa: Notícias de Colmeias




O meu amigo Joaquim Santos, fundador e diretor do mensário "Notícias das Colmeias" desafiou-me há dias para colaborar com este periódico e, depois de pensar na grande responsabilidade que iria assumir, decidi-me por aceitar. Tenho andado a rever notas e apontamentos que tenho vindo a publicar na Internet naquela minha emoção de me afirmar "Um Viseense tão Leiriense como os que o são". E a conclusão a que sou obrigado a chegar é que, de facto (escrevo segundo o AO90 mas não esta palavra «facto») talvez possa vir a ser interessante um dia destes me dispor a coligir uma coletânea de notas e apontamentos de Leiria dos primeiros 15 anos da era digital (1998-2015).
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Entretanto: (in viver http://viveremleiria.blogspot.pt/ )

Wednesday, December 14, 2005


A razão do título "VIVER em LEIRIA"

Há vários anos que detenho um site, http://leiria.no.sapo.pt a que, em alternativa, designo por http://viveremleiria.pt.vu e a que dei o título que vai encabeçar o presente blog. Estávamos em 2001 e eu começava a dar os meus primeiros passos na apresentação de páginas web, depois de o Bruno, meu filho, Emgenheiro de Informática, me ter dado umas dicas.
Entusiasmei-me depois de ter percebido como funcionava este mundo da Internet, a utilizar o Microsoft Font Page para desenhar as páginas, um programazinho de ftp (que passei, num instante, a perceber como funcionar e, de repente, percebi o funcionamento básico dos uploads e doanloads entre computadores à distância, a qualquer distância. Já tinha tido essa experiência, como simples utilizador de programas da transmissão de dados via rádio (Packet radio, como radioamador) desde os anos 80, mas sem perceber completamente como funcionava a forma de configurar essas ligações.
Comecei, então, a denominar esse site com o título "VIVER em LEIRIA". Acabei por me habituar e já há uns tempos que ando com ideias de escrever um livro, um dia, sobre Leiria, assim no género do que lancei, este ano, acerca da freguesia da Barreira, mais precisamente "Caminhos Entrelaçados - na freguesia da Barreira-Leiria", no Salão Paroquial da Paróquia do SS Salvador (Barreira). A edição foi da responsabilidade da Junta de freguesia da altura e a Editora que tratou da paginação e design foi a "Folheto - Edição & Design".
São 18h40 do dia 14 de Dezembro de 2005.
Vou até Leiria - cidade já que estou a acabar o meu dia de trabalho na Boa Vista.