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2011/05/01

Governações X.P.T.O.; ontem como hoje

Já em Abril de 1919 o "Século Cómico", Suplemento humorístico do "Século" (que saudades deste jornal!), então sob a Direcção de Acácio de Paiva, a capa era a que se vê. Ilustrava - desenho do que ficaria para a histórtia como um dos precursores da arte da caricatura em Portugal, Stuart Carvalhais, com toda a certeza, já que ele era o caricaturista de serviço no "Século" - o que se passava em Portugal à época,
o país à nora,
como agora.


José Relvas(*) era o chefe do governo em 1919, depois de ter sido ministro das Finanças do Governo Provisório.
Fez parte do Directório do Partido Republicano que levou a efeito a Revolução de 5 de Outubro de 1910.


Repare-se como já nessa altura se usavam as siglas X.P.T.O. Hoje - quase 100 anos volvidos - novamente tão em voga!


A história a repetir-se?!...
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Acácio de Paiva foi um Poeta humorista, Prosador de grande prestígio, Jornalista de referência, Crítico literário de nomeada, escreveu inúmeras obras de Teatro, algumas levadas à cena em Teatros como o ABC, Trindade, Politeama, escreveu contos em versos para crianças, tem composições musicadas (O fado Liró cantado por Fernanda Maria, por exemplo), etc.
Nasceu em Leiria, no Largo da Sé, nº 7,  em 14/4/1863 e faleceu, com 81 anos de idade, na sua casa das Conchas, no Olival -  Ourém, em 29/11/1944.
Está no prelo mais um livro monográfico em sua homenagem, iniciativa editorial da Junta de Freguesia de Leiria, a sair à estampa muito brevemente.
Neste blogue podem consultar-se alguns registos sobre Acácio de Paiva seguindo este link.
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Hoje, 1 de Maio de 2011, na Biblioteca Municipal de Alcanena, pelas 15 horas, um Grupo de Poetas de Alcanena e de outras localidades, vai-se juntar em mais uma sessão mensal de poesia. 
O Poeta a estudar vai ser precisamente Acácio de Paiva.
A "brigada de Leiria" lá estará, com vem sendo habitual, agora por maioria de razões.
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(*) http://www.republica2010.com/figuras/figuras_joserelvas.php
Leiria, 1/5/2011- 04h28
@as-nunes
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2010/02/07

Leiria e as crises cíclicas

Os tempos que correm são de grande perturbação social como consequência da persistente crise económica e financeira em que o Mundo mergulhou desde 2008, particularmente.
No que ao nosso país diz respeito, vivem-se momentos de grande incerteza no Futuro de Portugal. O Partido Socialista, após 4 anos de Governo apoiado numa maioria absoluta, não conseguiu, nas Eleições de 2009, mais que uma maioria relativa no Parlamento.
A Dívida pública e o Deficit Orçamental estão a obrigar a que se tomem medidas cada vez mais drásticas e anti-populares.
Quando se imporia que os políticos unissem esforços no sentido da desejada e imprescindível recuperação da Economia e das Finanças Portuguesas, eis que, diariamente, somos confrontados com informações contraditórias que geram mais e mais confusão e uma grande balbúrdia.
E nós, “O Zé”, repetindo-se a história de todas as épocas, cá vamos continuando a ser o bombo da festa.
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Dá-se, entretanto, o caso de que, em Leiria, teve lugar no passado dia 30, sob os auspícios da ODA, Associação defensora do Centro Histórico de Leiria e da Junta de Freguesia desta cidade, um debate seguido da abertura duma exposição sob o tema “comércio tradicional no centro histórico de Leiria – início do séc. XX ao início do séc. XXI”. Esta exposição foi apresentada por Fernando Rodrigues, coleccionador Leiriense essencialmente dedicado às questões relacionadas com as actividades económicas de Leiria.
Foi assim que tive acesso à carta abaixo reproduzida (1) .

Nesta sequência, procedi a uma investigação tendo em vista relacionar o tom melodramático deste texto de 1924 com a situação política, económica e social que se viveria nessa época em Portugal. Estávamos em plena agonia da I República e o debate que a desgastou até ao extremo, foi - pasme-se – entre os defensores do regime de monopólio (2) ou de livre iniciativa no que respeita ao exercício da indústria tabaqueira. Já nessa altura, as forças políticas propagandeavam como bandeiras de actuação: reforma fiscal, programa de fomento, autonomia administrativa e financeira das Ilhas Atlânticas, equilíbrio de classes, desenvolvimento da província (3).

Consultando o livro “100 Anos – 1902-2002” editado pela “ACILIS – Associação Comercial e Industrial de Leiria, Batalha e Porto de Mós” pode ler-se uma justificação para o conteúdo e estilo da carta a que se está a referir:
Em Novembro de 1923, encontrámos um veemente protesto dos comerciantes. A Voz do Povo refere que já há algum tempo se notava que companhias industriais, sobretudo de 
Lisboa, adoptavam oprocesso irritante e vexatório de exigirem o pagamento dos produtos das suas fábricas no momento que o comércio da província” fazia as suas requisições. Como tal, a mercadoria era entregue um ou dois meses depois de paga.
A notícia dizia que “aqueles senhores nababos para quem o comércio da província é apenas um farrapo” tinham por isso, sempre milhares de contos e podiam ter lucros fantásticos, empregando-os.”

.(clic na imagem para ampliar)
(1) Com autorização do dono do documento original
(2) Tema insistentemente abordado no decorrer do IV Congresso Nacionalista de Março de 1926.
(3) Província entendida como as regiões geograficamente afastadas de Lisboa.

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