Em 1891 Antero de Quental regressa a Ponta Delgada, onde nasceu, a 18 de Abril de 1842, onde, após vários desentendimentos familiares (atritos da família com as pupilas), vem a suicidar-se com dois tiros de revólver no palato, ao fim da tarde de 11 de Setembro de 1891.
O local onde se suicidou foi precisamente sentado num banco de jardim neste mesmo sítio. Por cima, na parede, está inscrita a palavra "Esperança" com uma âncora...
O PALÁCIO DA VENTURA
Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura.
Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d´ouro, ante meus ais!
Abrem-se as portas d´ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
Na véspera de nos virmos embora, da viagem a S. Miguel, tivemos o privilégio de ouvir o maestro e poeta Carlos Frazão, a tocar (magistralmente) ao piano, um arranjo musical sobre este tema, de sua autoria, também cantado (não me recordo do nome do cantor... perdão, amigo!).
@as-nunes