2013/09/27

Desfeita em pó a estátua



A terceira miséria é esta, a de hoje.
A de quem já não ouve nem pergunta.
A de quem não recorda. E, ao contrário
Do orgulhoso Péricles, se torna
Num entre os mais, num entre os que se entregam,
Nos que vão misturar-se como um líquido
Num líquido maior, perdida a forma,
Desfeita em pó a estátua.

Hélia Correia
A Terceira Miséria
Relógio d´Água, 2012
poema 23. (p. 29)
-
Próximo Sábado, na Biblioteca Municipal de Alcanena (15 horas)

@as-nunes

5 comentários:

Lídia Borges disse...


Pleno, no conteúdo e na forma.

Tenho o livro autografado pela autora. Tive o privilégio de assistir à entrega do Prémio Correntes D'escritas, na Póvoa de Varzim, a esta obra.

Um abraço
Lídia

São disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
São disse...

Gostei da entrevista que deu no infelizmente extinto "Câmara Clara".

O poema me agradou, mas nunca li nada dela.

Tudo de bom

Justine disse...

Tanta, tanta gente assim...

a d´almeida nunes disse...

Obrigado pelos vossos comentários, queridas amigas.

Correu muito bem a Tertúlia de hoje em Alcanena.
E apagaram-se as velas, que a Biblioteca fazia anos: 11.

Abraços, bom fim-de-semana.